A superlotação impõe aos detentos do Presídio de Montes Claros condições subumanas. Falta água para tanta gente e as camas são insuficientes. Dezenas de albergados se veem obrigados a dormir no chão ou em pé.

A penitenciária tem capacidade para 592 detentos, mas tem 996, ou 404 a mais. A Pastoral Carcerária chegou a pedir a interdição da unidade, mas o subsecretário de Estado de Assuntos Penitenciários, Murilo Andrade, esteve em Montes Claros e conseguiu evitar a medida.

Na quarta-feira (24), cem presos começaram a ser transferidos para outros presídios no Norte de Minas.

O coordenador da Pastoral Carcerária, Dilson Antônio Marques, explica que a superlotação tem provocado uma situação calamitosa. “Há celas com 19 presos, mas o número de camas não passa de oito. Alguns detentos estão dormindo em pé ou mesmo no chão cru”.

Uma carta-denúncia foi encaminhada ao secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz. No documento, é feito um alerta sobre a falta de água para atender a todos presos. A penitenciária tem uma caixa d’água de dez mil litros, com capacidade para atender a, no máximo, 592 presos. Porém, com quase o dobro de pessoas, a escassez é inevitável. “Isso gerou uma rebelião em fevereiro”, disse Dilson Marques.

De acordo com ele, há 12 presos com transtornos psiquiátricos, que deveriam cumprir pena em prisão domiciliar. “Tem também gente com doenças contagiosas, que deveriam estar em espaço específico.

O juiz Francisco Lacerda e a promotora Renata Andrade Santos descartaram qualquer possibilidade de interdição da unidade prisional, apesar de reconhecerem as falhas. Eles lembram que está sendo estudada alternativa, como devolver às comarcas os presos de outras cidades.

Porém esbarram no problema da falta de estruturas em várias cadeias do Norte de Minas, como em Manga, com capacidade de 35 presos e com 110 albergados.

Fonte: Hoje em Dia