O desembargador Wanderley Salgado de Paiva lançou, em dezembro de 2015, o livro “As regras do jogo”, comentado as 17 regras que regem o futebol internacional. Em entrevista ao site da Amagis, o magistrado fala de sua motivação para a criação da obra, que reúne artigos produzidos pelo desembargador desde 2010.
Além disso, o magistrado comenta o atual momento do futebol brasileiro, que, segundo ele, passa por uma reestruturação e precisa se reinventar, principalmente depois da Copa do Mundo de 2014.
Do que se trata o livro “As Regras do Jogo”?
O livro vem trazer ao ilustre leitor um pouco sobre as 17 regras que regem o nosso futebol. Desde 2010, escrevo sobre as regras do jogo e resolvi reunir uma coletânea de artigos onde falamos sobre curiosidades, situações de jogo, possíveis mudanças nas regras previstas para este ano e nosso objetivo maior é o de levar ao público apaixonado pelo futebol um pouco mais sobre as regras e suas particularidades, seja para o leigo ou para o público esportivo, tais como jogadores, técnicos, imprensa, etc.
Exemplifique uma das regras.
Bem, temos a regra 1, que fala sobre o campo de Jogo, suas dimensões oficiais. A regra 14, por exemplo, o tiro penal, define como são os procedimentos para uma cobrança de pênalti, a regra 11 se refere ao impedimento, etc.
Qual foi sua motivação para debater esse assunto?
Sempre fui um amante do futebol, e as regras são aplicadas pelo árbitro. A função dos árbitros muito se assemelha à do magistrado, de mediar conflitos, decidir e legitimar resultados, no meu caso, as decisões judiciais.
Como o senhor avalia o atual momento do futebol no país?
Nosso futebol passa por uma reestruturação. Depois do fracasso no Mundial de 2014, precisamos reinventar nosso modo de jogar. É preciso revelar novos craques, estamos carentes de novos talentos. A mudança é urgente e necessária para o bem do futebol pentacampeão do mundo.
Qual solução para os problemas do esporte?
Mais transparência e responsabilidade dos gestores do futebol.
O problema é administrativo?
Sim. O gestor, em alguns casos, é irresponsável com as finanças do Clube. O futebol precisa de mais transparência.
Como o senhor avalia as questões que envolvem os clubes, jogadores e grupos de televisão de transmissão dos jogos?
O futebol é um esporte muito rentável, milionário. É preciso responsabilidade para gerir tamanho montante financeiro. Defendo que os árbitros, assim como jogadores e técnicos, tenham seus direitos de imagem reconhecidos. Ora, são expostos, criticados e não gozam desse direito. A TV precisa ser mais flexível. Jogos às 22h são muito ruins para o trabalhador. É preciso novos horários e grades flexíveis. Assim, todos ganham, e o futebol agradece.
Foto: Renata Caldeira/TJMG