Para o desembargador Fernando Quadros, da 2ª Seção do TRF-4, a medida padronizou a gestão dos processos no tribunal. Para os desembargadores, trouxe rapidez nas pesquisas de jurisprudência e na identificação de precedentes para discussão em colegiado, já que os autos ficam separados por assuntos. Do lado dos servidores das seções, segundo Quadros, a especialização foi uma oportunidade de aprofundamento em determinados assuntos, o que aumentou a produtividade, já que agora estão familiarizados com os processos. O tempo de elaboração de minutas também diminuiu, pois foi possível criar um banco de modelos de textos. Por fim, ressalta o desembargador, o modelo reduziu a margem de erros dentro dos gabinetes.
Fernando Quadros participou nesta segunda-feira (13/6), em São Paulo, do Seminário "Gerenciamento de Processos nos Tribunais", que aconteceu no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Segmentação
Na visão do desembargador, o modelo é uma tendência no Direito brasileiro, considerando que "hoje, ninguém domina mais todas as áreas do Direito — há muitos escritórios, muitas nuances e muitas especificidades". No entanto, ele reconhece que o modelo ultraespecializado do TRF-4 permite críticas.
Mas, mesmo com os problemas, o desembargador Fernando Quadros se considera um "entusiasta da especialização". Por mais que ela force alguns profissionais a trabalhar com algo que não gostam, no fim das contas, diz, traz mais segurança aos próprios juízes na hora de proferir uma sentença ou tomar uma decisão. O magistrado, para Quadros, deixa de ser um "administrador de processos" e passa a ser, de fato, um juiz.