“Precisamos estar sempre atentos e vigilantes a essa realidade social. Esses cidadãos não podem ser invisíveis aos nossos olhos, permanecendo à margem da sociedade”. A realidade mencionada pela juíza de Itamarandiba, Juliana Cristina Costa Lobato, se refere à vulnerabilidade de famílias da zona rural da região. Ela estimulou outras pessoas a abrirem os olhos para essa situação e organizou a campanha “Quem sente frio e fome tem pressa”.

Not-doacao-Itamarandiba1.jpgJuíza Juliana Lobato entrega doações para moradores da
zona rural de Itamarandiba (Foto: Divulgação TJMG)

 

De maio a junho, foram arrecadados 150 cestas básicas e 480 cobertores. Junto com a magistrada, abraçaram a causa as instituições  Ministério Público, 23ª da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Polícia Civil, Polícia Penal, Prefeitura Municipal, Associação Comercial e Industrial e Agropecuária de Itamarandiba (ACIAI) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) .

Segundo a juíza, a situação dessas famílias se agravou nesse período da pandemia. “Muitos núcleos familiares foram impactados com o desemprego. Entendo crucial vivenciar esse papel social da magistratura. É uma maneira de aproximar o Judiciário da comunidade local. É essencial nos comprometermos de forma mais operante, efetiva e assídua em favor dos mais desvalidos, preservando a dignidade dessas pessoas”.

Comprometimento com trabalho e entrega

Pelo menos 85 famílias receberam produtos. As entregas são fracionadas, priorizando a comunidade rural - que tem cerca de 300 km de extensão - mais afastada e com menos acesso.

Juntamente com a magistrada, fizeram as entregas o oficial de Justiça Jarbas Greick, o tenente da PMMG Thiago Caldeira, o soldado Luís Augusto Ferreira, e o servidor da Secretaria Municipal de Assistência Social, Geovane Araújo.

“Os dias e horários para direcionamento das arrecadações precisam ser muito bem alinhados e previamente ajustados, de forma que não cause nenhum prejuízo à prestação jurisdicional, bem como aos serviços de segurança pública, adequando, assim, o atendimento às famílias, sem comprometimento das nossas atividades”.

Como receber ajuda

Para a juíza, “o objetivo é unir forças e sensibilizar o maior número de pessoas em prol daqueles que, muitas vezes, não tem o básico para sobreviver”. Ela entende ser importante "um maior engajamento e conscientização da sociedade civil, dos empresários, e de todos aqueles que tenham condições de contribuir e ajudar a minimizar essa situação de dor, penúria e miséria.”

Fonte: TJMG