“A solidariedade é a outra face da dor”, afirma o engenheiro Carlos Orlando Yucif Maia. Pai de um filho portador de uma doença tratada em sua fase crítica com transplante de medula óssea, Carlos fala com conhecimento de causa. Depois que o filho descobriu a enfermidade, há sete anos, o engenheiro encontrou respostas para o sofrimento na solidariedade, e se envolveu de corpo e alma com campanhas de doação de medula óssea. “A cada vez em que um doador é compatível com um paciente, após uma campanha realizada por nós, é uma alegria imensa, como se fôssemos da família do paciente”, declara.

Carlos Yucif foi um dos incentivadores da campanha cidadã que o Fórum Lafayette está realizando nesta semana. Idealizada pela juíza Maria Isabel Fleck, a iniciativa recebeu amplo apoio da Presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). De hoje, 7 de novembro, até a próxima quarta-feira, dia 9, das 9h às 15h, haverá no hall de entrada do fórum um estande itinerante do Hemominas para cadastramento de doadores de medula óssea. A iniciativa é aberta a toda a população de Belo Horizonte, e a expectativa é que, ao longo dos três dias, sejam cadastradas 300 pessoas.

Na abertura do cadastramento, o presidente do TJMG, Herbert Carneiro, destacou o fato de que, por dia, quase 12 mil pessoas passam pelo Fórum. “Perfis diferenciados de pessoas frequentam o local, diariamente. Vamos incentivá-las a exercer a cidadania e a solidariedade, pois esta é uma ação de valorização da vida”, disse, indicando que levará a ideia ao Superior Tribunal Federal (STF) e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para expansão do programa. “No que depender do Judiciário mineiro, e se a parceria com a Hemominas permitir, essa campanha será estendida para os 296 fóruns das comarcas do interior”, afirmou.

O diretor técnico-científico da Hemominas, Fernando Basques, também tem essa expectativa. “O Judiciário está em todos os lugares do País. Estar em espaços como este, em que o público frequentador é bastante diverso, é muito importante. Vamos aproveitar essa capilaridade”, afirmou o diretor, observando que, ainda que as pessoas apenas passem pelo estande, elas podem, a médio e longo prazo, decidir doar. “O esforço é de conscientização, pois o doador precisa estar muito bem informado de como é o processo, caso seja chamado para doar no futuro”, declara.

Como participar

O estande está instalado no saguão de entrada do Fórum Lafayette (Avenida Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto). Para integrar o cadastro de doadores, é preciso ter entre 18 e 54 anos de idade e apresentar boa saúde. É necessário também apresentar um documento de identidade com foto.

Durante o cadastramento, será colhida uma pequena amostra de sangue destinada à realização do exame HLA, que permite traçar as características genéticas do indivíduo e verificar a compatibilidade dele com pacientes que estão na fila de espera para transplante de medula óssea. O procedimento pode curar, entre outras doenças, leucemias e linfomas (cânceres do sistema linfático).

Para mais informações sobre doação de medula óssea, consulte o site do Hemominas.

Fonte: TJMG