O telefone tocou e, do outro da linha, estava um profissional do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). “Você é compatível com um paciente que aguarda na fila para transplante de medula óssea”, comunicou o agente a Eliane Santos, que quase quatro anos antes havia se cadastrado como doadora. Tomada por um sentimento misto – susto, surpresa, alegria e emoção –, Eliane respondeu à pergunta crucial da conversa: “Sim, ainda tenho interesse em doar”.
Foto: Soraia Costa
Servidora pública da Prefeitura de Betim, Eliane havia se cadastrado para doação de medula óssea em 2011, durante uma coleta externa em um estande do Hemominas na cidade. “No ano passado, quando recebi o telefonema do Redome, nem me lembrava mais disso, ainda mais porque é muito difícil haver compatibilidade entre pessoas que não são da mesma família”, conta. Iniciou-se então todo um processo, que incluiu a realização de vários exames e culminou com a realização do transplante, em setembro do ano passado, na cidade de Natal.
“Um mês depois do transplante, me ligaram dizendo que a medula tinha pegado. A sensação é indescritível. A gente fica pensando no paciente – não sei se era uma criança, mas tenho a impressão de que era – e na família, na alegria deles de saber que havia um doador compatível. Tenho filho, coloquei-me no lugar deles. Imaginar que pude salvar aquela vida é um sentimento muito gratificante, uma experiência até difícil de explicar. O que posso afirmar é que faria tudo de novo”, declara.
Com a expectativa de contribuir para proporcionar outros finais felizes como esse e de mudar destinos, o Fórum Lafayette irá receber, nos dias 7, 8 e 9 deste mês, das 9h às 15h, um estande itinerante do Hemominas para cadastramento de doadores de medula óssea. A iniciativa, aberta a toda a população de Belo Horizonte, foi da juíza Maria Izabel Fleck, a partir do contato com Carlos Orlando Yucif Maia, que tem um filho portador de uma doença tratada em sua fase crítica com transplante de medula óssea.
“O Carlos Yucif me visitava no Fórum Lafayette e, observando a grande quantidade de pessoas das mais diversas origens étnicas que circulava nas instalações do local, ele sugeriu a iniciativa, considerando que a quantidade de potenciais doadores e a diversidade de raças é fundamental para que haja compatibilidade entre paciente e doador”, lembra a juíza. A ideia foi então abraçada pela Presidência do TJMG.
O diretor do foro da capital, juiz Marcelo Rodrigues Fioravante, destaca o fato de que no Fórum Lafayette circulam, diariamente, cerca de 12 mil pessoas, dos públicos interno e externo. “Um trânsito de pessoas que suplanta a população de boa parte dos municípios do País, compreendendo os mais diversos biotipos. Isso assume enorme relevância na coleta de material genético diversificado, elemento prioritário na formação de um banco de doadores de medula óssea”, observa. Entre pessoas que não são parentes, a chance de compatibilidade é de 1 para cada 100 mil indivíduos.
“Todas as grandes instituições, públicas ou privadas, compreenderam que o seu papel na sociedade não está adstrito à sua missão precípua. Elas entenderam que também exercem a importante função de catalisar esforços em busca do bem comum. No caso do Poder Judiciário, que mobiliza tantas pessoas e atua de forma bastante capilarizada, qualquer iniciativa nesse sentido ganha enorme repercussão e aproxima a população”, avalia o diretor do foro.
De acordo com a juíza Maria Izabel, a expectativa é que, ao longo dos três dias, sejam cadastradas 300 pessoas – o número se refere à quantidade de cadastramentos que o Ministério da Saúde autorizou o Hemominas a realizar, por meio do estande no Fórum Lafayette. “Não temos dúvida de que a meta será alcançada com sucesso,
dada a solidariedade do povo mineiro”, declara a magistrada, ressaltando que iniciativas como essas “trazem a lume o nosso lado humano e o compromisso com a cidadania”.
Como participar
O cadastramento para doação de medula óssea poderá ser feito das 9h às 15h, no estande do Hemominas, que estará instalado no hall de entrada do Fórum Lafayette (Avenida Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto). Para integrar o cadastro de doadores, é preciso ter entre 18 e 54 anos de idade e apresentar boa saúde. É necessário apresentar um documento de identidade com foto.
Durante o cadastramento, será colhida uma pequena amostra de sangue destinada à realização do exame HLA, que permite traçar as características genéticas do indivíduo e verificar a compatibilidade dele com pacientes que estão na fila de espera para transplante de medula óssea. O procedimento pode curar, entre outras doenças, leucemias e linfomas (cânceres do sistema linfático).
Semana do Servidor
Mais de 200 pessoas se cadastraram como doadoras de medula óssea durante a 11ª Semana do Servidor no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que este ano teve como tema "Faz bem fazer o bem". Em meio à programação da semana, foi instalado um estande da Fundação Hemominas na Unidade Raja Gabaglia, no Palácio da Justiça – Sede Afonso Pena, no Fórum Lafayette e no anexo 1 da Unidade Goiás, respectivamente, nos dias 24, 25, 26 e 27 de outubro último. O objetivo era cadastrar, em especial, servidores do TJMG. Foram 210 cadastramentos – mais de 50 cadastros por dia.
Para mais informações sobre doação de medula óssea, consulte o site do Hemominas.
Fonte: TJMG/Assessoria de Comunicação Institucional