Durante sua exposição, o magistrado apontou aspectos da realidade penitenciária brasileira e destacou os principais problemas como a superlotação, a falta de escolas nas penitenciárias e a ociosidade do preso, bem como a carência de políticas públicas efetivas sobre as penas alternativas e a importância da participação da sociedade na execução penal, por meio da comunidade e das pastorais carcerárias.
Palestrando para um público de magistrados, promotores, advogados, assessores jurídicos, chefes de cartórios com competência na área da execução penal e da corregedoria de presídios, Herbert Carneiro mostrou a evolução da população prisional, com base em dados do Ministério da Justiça, que mostram um déficit de 219.169 vagas.
Ainda na palestra, que contou com a participação da desembargadora do TJSC Salete Silva Sommariva e do juiz auxiliar da Corregedoria Nacional da Justiça, Júlio César Machado Ferreira de Melo, o presidente do CNPCP apresentou dados do Ministério da Justiça que mostram aumento do número de presos envolvidos em atividades em programas de trabalho externo, bem como trabalho interno e atividades educacionais.
Defensor da humanização da pena, Herbert Carneiro falou também sobre o aprimoramento do sistema de Justiça Criminal, as propostas de alterações legislativas para aperfeiçoamento da gestão do serviço judicial nas varas criminais e de execução penal, como o Projeto Eficiência, do CNJ, que tem o objetivo de tornar mais célere e eficiente a tramitação dos processos, por meio da organização física das varas, do estabelecimento de rotinas e de parâmetros de produtividade para os servidores.
No fim da manhã desta quinta-feira, 23, Herbert Carneiro participou, como debatedor, da palestra do juiz João Marcos Buch, de Santa Catarina, com o tema Questão do Gênero na Execução.
Promovido pela Coordenadoria da Execução Penal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em parceria com a Academia Judicial do Tribunal de Justiça Catarinense, o evento acontece até amanhã, 24, em Bombinhas (SC).
O objetivo do Femepe é proporcionar o debate sobre os desafios inerentes à execução penal, principalmente frente à situação de atos criminosos praticados por integrantes de organizações criminosas, comandados do interior do sistema prisional.