Empossado para um mandato-tampão até janeiro de 2015, quando o sucessor de Antonio Anastasia (PSDB) nas urnas tomará posse, Alberto Pinto Coelho (PP) terá como desafio imprimir sua marca na gestão do Estado, ao mesmo tempo em que deverá dar continuidade aos programas e ideais do senador Aécio Neves (PSDB).
Além da função administrativa, ele será presença confirmada no palanque não só de Aécio ao Planalto, de Anastasia possivelmente ao Senado e ao de Pimenta da Veiga pelo governo de Minas. Para ele, a investigação da Polícia Federal do ex-ministro das Comunicações é um “fato superado”.

Em entrevista ao Hoje em Dia, o governador revelou que pretende focar sua atenção em mobilidade urbana e segurança pública. No primeiro quesito, a meta é instalar o transporte leve sobre trilhos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e acelerar, até junho deste ano, o empreendimento do Rodoanel Norte, quando deverão ser realizadas as conversas com o empresariado, em uma tentativa de melhorar o trânsito até o aeroporto de Confins. Alberto Pinto Coelho cobra do governo federal o cumprimento das promessas do metrô, das obras da BR-381 e da centralização das políticas de segurança pública, área que para ele deveria ser verticalizada.
Confira:

Quais são as prioridades de um governo de menos de nove meses?

Eu tenho inteira consciência de que a missão que recebo é decorrente de um processo eleitoral que se avizinha e que tem no governador eleito (Antonio Anastasia, PSDB), vamos dizer, a convocação para outras missões tão nobres quanto governar Minas.

E o tempo que me resta é um tempo que não começa. Eu dou continuidade a uma obra edificada, construída, eu diria, desde 2003. E, portanto, cabe nesse prazo, fundamentalmente, o compromisso de fazer as entregas dos programas. Todavia, é próprio de cada um que chega, ter o seu olhar e a sua sensibilidade também colocada para dar marca própria aos programas.

Em realidade, a minha percepção leva a um caminho que já está percorrido, mas é a questão da mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Quais são os seus projetos de mobilidade para a RMBH?

Desenvolver outros modais ou outras opções que você possa avançar de maneira expressiva, como é o caso do Rodoanel Norte, que é fundamental. A outra questão que tenho que discutir com os prefeitos, evidentemente com o prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), que já tem conhecimento mas estava dedicado ao BRT, que hoje é uma realidade, é a questão do Transporte Leve sobre Trilhos. Quando eu falo transporte leve sobre trilhos, a ideia é colocar qual é a melhor alternativa – se monotrilho ou VLT – na audiência pública, para os possíveis parceiros. Porque nós vamos desenvolver na modalidade parceria público-privada (PPP).

Esse trecho chamado de Rodoanel Norte interliga as BRs: começa na BR-040, sai para Brasília e chega até Confins. São 66,7km desse novo traçado. Havia um traçado antigo, que tinha questões ambientais. Estudos a partir desse traçado aprimoraram o novo traçado, que também tem menos “processo de habitação”. Isso diminui, com certeza, o impacto nas indenizações.

O traçado previsto e que está incorporado sai da atual rodoviária de BH e termina no aeroporto de Confins. O que a gente quer agora é começar a nova etapa, que seria ou a manifestação de interesse ou, se puder saltar essa etapa, irmos direto para a audiência pública.

Queremos ver se temos isso pelo menos delineado até maio ou junho deste ano. Nós temos também algo que pretendemos desenvolver em conjunto com as prefeituras, que é um planejamento urbanístico do Vetor Sul, a exemplo do que foi feito no Vetor Norte.

Na última semana, o pré-candidato do PSDB e do PP, por consequência, o ex-ministro Pimenta da Veiga, foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, recebido do empresário Marcos Valério. O que o sr. tem a dizer sobre isso?

É uma tentativa inútil de desgastar a imagem, porque é um fato que remonta a um passado em que já teria sido devidamente esclarecido. Requentaram um fato que já está ‘pacificado’ do ponto de vista do que ocorreu, com a pertinência de que se trata de uma prestação de serviços advocatícios a uma empresa que era, na época, vista como uma empresa de propaganda e publicidade (SMP&B) das mais criativas e renomadas do país.

Como se daria a participação do sr. na campanha do senador Aécio Neves para o Planalto, de Antonio Anastasia para o Senado e de Pimenta da Veiga na sucessão do Estado?

Eu não estaria inovando, isso é uma prática em todos os processos eleitorais daqueles que estão à frente dos governos, do Executivo. Eles têm que conciliar suas atividades com a responsabilidade de governar fora dos momentos em que está nessa atividade. Eu sou um militante político, com posição definida, candidatos definidos a quem busco apoiar.

A presidente Dilma virá a Minas uma vez por mês, daqui para frente, como já publicado pelo Hoje em Dia. O sr pretende acompanhá-la?

É meu dever recepcioná-la e sempre que ela estiver em solo mineiro e eu puder estar presente aos eventos, estarei, porque entendo que ela vem a Minas no exercício da presidência da República.

Fonte: Jornal Hoje em Dia