Novas denúncias dão conta de uso e tráfico de drogas e de furtos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dessa vez, o problema foi relatado no prédio da Faculdade de Direito, por onde circulam desembargadores, juízes, promotores e até delegados, na região Centro-Sul de BH. Alunos e ex-alunos que ainda frequentam o espaço se dizem assustados com a situação, que vem se agravando nos últimos meses, segundo relatos.

Aberto à livre circulação, mesmo de pessoas que não têm ligação com a instituição, o edifício tem sido o local escolhido por jovens usuários de drogas – muitos deles, alunos de escolas da região –, mendigos e até traficantes.

A reportagem do Hoje em Dia esteve no local e confirmou as denúncias. No terceiro andar, onde está instalada a cantina e há um espaço de convívio, a venda de drogas acontece livremente. Em uma área mais reservada, ficam os usuários, que quebraram lâmpadas para dificultar a identificação.

Gravidade

“Já vi gente fumando maconha e cheirando cola, e várias pessoas presenciaram a venda lá dentro. Muitos usuários são alunos de fora, do ensino médio, que vão para o prédio usar droga”, conta uma aluna do 8º período, que pediu para não ser identificada.

Segundo ela, o ambiente é hostil, embora não haja relatos de provocações aos estudantes. No terceiro andar, o problema é mais acentuado, de acordo com a aluna.

“A gente chega lá e se depara com traficantes, usuários e até mendigos morando naquele espaço. Isso está afastando os alunos. Eu e meus amigos não vamos mais a essa área de convivência”, afirma a jovem.

Para piorar, existem relatos de furtos. Um estudante do 10º período, que também preferiu não ter o nome revelado, conta que ter objetos levados é algo corriqueiro na faculdade. “Porteiros e equipe de segurança estão incomodados com essa movimentação”.

Embora contrariados, seguranças do prédio são impedidos de agir, já que existe resistência da direção em restringir o acesso a estranhos, conforme o estudante.

“Qualquer pessoa pode usufruir do espaço público. Se restringirem a entrada de quem é de fora, alguns movimentos sociais, por exemplo, vão ficar impedidos de se reunir no local. Muitos utilizam o espaço para assembleias”, diz o aluno.

Fonte: Hoje em Dia