Um dos primeiros testes da presidente Dilma Rousseff na sua relação com o Senado deverá ser a indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem ela escolher para ocupar a cadeira deixada por Eros Grau, aposentado desde agosto, deve passar por sabatina e aprovação dos senadores.
A composição completa do STF é de 11 ministros, mas a corte tem atuado com dez, o que acabou, por exemplo, num impasse na decisão sobre a validade da Lei da Ficha Limpa, em outubro. A votação ficou empatada em 5 a 5, e o Supremo resolveu manter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela aplicabilidade da lei com base num dispositivo de seu regimento interno.
Dos atuais ministros, seis foram indicados por Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles o atual presidente do STF, Cezar Peluso. Lula também indicou o ministro Carlos Alberto Menezes Direito, falecido em setembro de 2009, após menos de dois anos no cargo.
A indicação de ministros para o STF passa por duas etapas no Senado Federal. Primeiro, o candidato é submetido a uma sabatina pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Sendo aprovada na comissão, a indicação segue para votação secreta no Plenário, onde deve obter pelo menos 41 votos favoráveis para ser ratificada.
O último ministro a tomar posse no Supremo, Dias Toffoli, foi aprovado na CCJ com 20 votos a favor e três contra e no Plenário com 58 votos a favor, nove contra e três abstenções. Ambas as votações ocorreram no dia 30 de setembro de 2009.
Em dezembro passado, ao encerrar as atividades do Supremo em 2010, o ministro Cezar Peluso disse acreditar que outros casos envolvendo a Lei da Ficha Limpa serão analisados no primeiro semestre deste ano, já com a participação do novo ministro a ser indicado por Dilma.
A atual composição do STF é a seguinte:
- Ministro Cezar Peluso - Presidente (indicado pelo ex-presidente Lula)
- Ministro Ayres Britto - Vice-presidente (indicado pelo ex-presidente Lula)
- Ministro Celso de Mello (indicado pelo ex-presidente José Sarney)
- Ministro Marco Aurélio (indicado pelo ex-presidente Fernando Collor)
- Ministra Ellen Gracie (indicada pelo ex-presidente Fernando Henrique)
- Ministro Gilmar Mendes (indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique)
- Ministro Joaquim Barbosa (indicado pelo ex-presidente Lula)
- Ministro Ricardo Lewandowski (indicado pelo ex-presidente Lula)
- Ministra Cármen Lúcia (indicada pelo ex-presidente Lula)
- Ministro Dias Toffoli (indicado pelo ex-presidente Lula)
Fonte: Senado