Aproximar sociedade e Judiciário, conhecer as expectativas da população e poder, a partir daí, trabalhar de acordo com o interesse coletivo. Esses estão entre os principais objetivos de um trabalho pioneiro, idealizado pela Justiça gaúcha.
Na próxima sexta-feira, dia 25, 73 candidatos que fazem o curso preparatório da Escola Superior da Magistratura vão às ruas do centro de Porto Alegre para ouvir as pessoas e saber o que elas esperam do trabalho deles. Eles se dividirão em 6 equipes e aplicarão dois tipos de questionários. Um será de múltipla escolha, e o outro de perguntas e respostas. Cada aluno fará 12 entrevistas, totalizando 900 entrevistados.
A ideia partiu do corregedor-geral da Justiça, José Luiz Leal Vieira, e do juiz de Direito Marcelo Malizia Cabral, da 1ª Vara Cível de Pelotas, no sul gaúcho. Os dois fariam uma palestra para a turma de candidatos a juízes que passa pelos 4 meses de curso preparatório, abordando liderança e a aproximação do juiz com a comunidade.
Pensaram, então, em adequar o método à proposta: “Melhor do que falar sobre isso é fazê-los ter uma experiência prática sobre o tema. Nossa ideia é que eles saibam o que o cidadão comum espera do juiz. E as pessoas precisam saber que o Judiciário está preocupado e levando em consideração a opinião delas”, explica José Luiz Leal Vieira.
Os questionamentos serão seguidos por um debate, para que os futuros magistrados possam discutir as primeiras impressões do contato com a comunidade.
Além desta avaliação imediata, as respostas serão analisadas para que o trabalho deixe um legado: formar novas gerações de juízes que estejam cada vez mais próximos da sociedade.
A inciativa é em parceria com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) e Escola Superior da Magistratura da Ajuris (ESM/Ajuris). “Esta pesquisa vai permitir que o juiz, antes mesmo de assumir, tenha contato direto com a população e saiba o que ela espera do Judiciário. Será um trabalho excelente”, aposta o presidente da Ajuris, Eugênio Couto Terra.
A inciativa também recebeu elogios da Associação dos Magistrados Brasileiros. ”É um excelente exemplo para aproximar os cidadãos e o Judiciário. É muito importante para a magistratura saber o que a sociedade pensa sobre os juízes. Da mesma forma, os magistrados devem estar atentos à vontade popular”, considera o presidente da AMB, João Ricardo Costa.
Veja aqui o questionário objetivo que será aplicado
Veja aqui o questionário com perguntas e respostas que será aplicado
Fonte: AMB