O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) e a Amagis promoveram, no último sábado, 26/3, mais um encontro debatendo a Semana de Arte de Moderna de 1922. Nesse encontro, foi discutida a participação dos mineiros na Semana de Arte Moderna sob o olhar da arquitetura e da literatura. 

A segunda vice-presidente e presidente das Comissões Culturais do IHGMG, professora Márcia Maria Duarte dos Santos, agradeceu a parceria com a Amagis, além de oferecer o espaço para a realização do evento, e disse de sua satisfação em contar com a participação dos palestrantes para debater os mineiros na Semana. 

A primeira palestra foi realizada pelo presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Felipe Cardoso Vale Pires, abordando o tema “Arquitetura Moderna Brasileira: sonho antropofágico manifesto concreto”.



O presidente do Iepha/MG explicou que os elementos de destaque na arquitetura moderna brasileira são de fato uma releitura antropofágica do estilo internacional, “desenvolvendo em terras brasileiras, com base numa tradição mineira, uma nova leitura do que deveria ser feito na modernidade, adequando aos novos tempos e tecnologias, sem ignorar nossa realidade de clima, tradição e economia”, disse Felipe Cardoso.

Literatura

Em seguida, a presidente da Academia Montes-clarense de Letras, Ivana Ferrante Rebello e Almeida, abordou o tema “A Semana de Arte Moderna: “não fomos colonizados, fizemos carnaval”.

Além de explicar esse aspecto da forma de se fazer a cultura nacional, mesclando e parodiando a cultura europeia à brasileira, a escritora apresentou a participação de artistas mineiros no movimento da Semana de Arte Moderna, como o poeta Agenor Barbosa, de Montes Claros, e a pintora belo-horizontina Zina Aita, que promoveu exposição de várias telas, retratos e desenhos durante a Semana.

“Considero um resgate muito importante, porque a Semana não teve uma presença homogênea somente por paulistas, concatenando várias linguagens e tendências artísticas do Brasil, tendo inclusive a tendência mineira. Uma poesia com as novas estéticas dos movimentos de vanguarda, especialmente do futurismo juntamente com a característica do simbolismo mineiro”, destacou.

Lançamento de livro

As palestras foram mediadas pelo pesquisador Fabiano Lopes de Paula, que, ao final do evento, fez o lançamento do livro “Uma tristeza mineira numa capa de garoa”, escrito em parceria com Ivana Ferrante, sobre essa participação do poeta Agenor Barbosa mineiro, de Montes Claros, presente na Semana de Arte Moderna de 1922.



Os interessados em adquirir o livro, podem entrar em contato pelos e-mails fabianolopesmoc@gmail.com ou ivanaferrante@hotmail.com .


Também compuseram a mesa de honra o jornalista Adalberto Andrade Mateus, associado efetivo do Instituto, e Beatriz Coelho Morais de Sá, coordenadora da Comissão Cultural Permanente de Antropologia do IHGMG, e proponente do evento.

Assista abaixo ao vídeo do evento com as palestras: