Um dos oito integrantes da quadrilha que ficou conhecida como “Bando da Degola”, o garçom Adrian Gabriel Grigorcea, 49, foi condenado, no fim da tarde desta segunda-feira, a 30 anos de prisão. Ele era acusado de participar do assassinato de dois empresários no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 10 de abril de 2010.

Durante o julgamento, no Fórum Lafayette, Grigorcea relatou detalhes que revelaram a frieza e a maldade do bando. Ele negou participação nos homicídios e disse que foi forçado a atrair uma das vítimas, Rayder Santos Rodrigues, 39, que era seu sogro, ao apartamento de Frederico Flores, líder da quadrilha e já condenado a 39 anos de detenção.

Grigorcea afirmou que Flores ameaçou estuprar e matar a filha diante dele, caso não o obedecesse. Por isso, segundo o garçom, ficou refém do criminoso, teve de cozinhar para o grupo e sua conta bancária foi usada para a transferência de R$ 64 mil, dinheiro dos empresários assassinados.

O promotor Francisco Santiago sustentou em plenário que o argumento de que Grigorcea não participou da execução das vítimas se perde na participação efetiva dele. “Chamamos a atenção dos jurados para que o fato de que ele mesmo levou Rayder à casa de Frederico”, explicou Santiago, que ficou satisfeito com a sentença.

Previsto para também ser julgado nesta segunda-feira, o ex-policial André Bartolomeu teve o processo desmembrado e vai a júri popular em 29 de janeiro de 2015.

O crime

As vítimas, Rayder Santos Rodrigues, 39, e Fabiano Ferreira Moura, 36, foram sequestrados, extorquidos e assassinados pelo bando. Eles tiveram as cabeças arrancadas e os dedos cortados e jogados em local não identificado. Os corpos foram queimados na MG-030, em Nova Lima.

De acordo com Grigorcea, menos de 24 horas após os assassinatos, Flores fez um churrasco em seu apartamento.

Membros

Dos oito integrantes, Frederico Flores foi condenado a 39 anos de prisão; o ex-cabo da Polícia Militar Renato Mozer, a 59; e o ex-estudante Arlindo Soares, a 44.

Aguardam julgamento em liberdade o pastor Sidney Eduardo Benjamim e o advogado Luiz Astolfo, que irão a júri em 29 de setembro, além da médica Gabriela Ferreira da Costa, que será julgada em 30 de outubro.

“Quando se reuniram para começar a extorquir e a matar, cada um tinha sua função dentro da organização”, afirma o promotor Francisco Santiago.

Fonte: Rádio Itatiaia