Ressocializar usuários de drogas com diálogo e conscientização. Essa é a forma adotada pelos integrantes do Grupo de Apoio Renascer “Garra”, em Itaúna, na região centro-oeste do Estado, para diminuir o tráfico.
Assim como vários magistrados mineiros utilizam alternativas para tentar diminuir a criminalidade, o juiz Igor Queiroz, da Vara do Juizado Especial de Itaúna, mantém o Garra. Criado em agosto de 2008, o grupo começou com pouco mais de 50 freqüentadores e hoje já conta com 82. A idealizadora do projeto foi a juíza Veruska Rocha Mattedi Lucas, quando foi juíza substituta na comarca.
Igor Queiroz explica que “quando fazem jus à transação penal ou à suspensão condicional do processo, ou mesmo na hipótese de condenação, esses infratores são encaminhados para participarem das palestras junto ao Grupo Garra”. Nas palestras, realizadas às segundas-feiras, eles se conscientizam de que “os males que a droga faz não afetam apenas para à eles próprios, mas sobretudo, sua família e a sociedade em geral”, relata o juiz. Nos encontros também são feitas orações e cada um conta sobre os seus problemas e angústias, buscando ajuda com os coordenadores e com os companheiros que sofrem do mesmo problema.
Cada participante freqüenta o Garra de três a cinco meses, mas não há um período máximo para continuar no projeto. O grupo se reúne em um auditório doado pela prefeitura de Itaúna e conta com o apoio de voluntários, como psicólogos e outras pessoas da comunidade. Apesar da estrutura, o Garra necessita de ampliação devido ao número de demanda, mas o magistrado afirma que isso já está em análise. Se depender do juiz, esse tipo de atividade não pode ter fim: “É a forma de tentarmos reduzir a reincidência, levando a conscientização aos infratores, que na maioria das vezes, não tiveram oportunidade de serem orientados pelos pais em como se conduzirem e se comportarem em sociedade”, afirma Igor Queiroz.
Fonte: TJMG