Em Ituiutaba, no Pontal do Triângulo Mineiro, crianças e adolescentes contam com mais uma alternativa para simultaneamente servir à coletividade e receber dela apoio para crescer e se formar. Trata-se do Bombeiro Mirim, projeto social lançado no último dia 13 na sede do 7º Pelotão de Bombeiros Militar que tem como principal objetivo preparar jovens cidadãos para o enfrentamento de situações de emergência no campo da segurança, disseminando a cultura de prevenção do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

A Vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Precatórias de Ituiutaba e o Ministério Público se uniram para viabilizar a transferência de R$ 40 mil obtidos com penas pecuniárias e transação penal para a implantação do projeto. Já o CBMMG, a Universidade Federal de Uberlândia, os sistemas Sesi/Senai e o Conselho Municipal de Segurança Pública (Consep) disponibilizaram a estrutura física e os recursos humanos necessários.

Assim como o projeto Guarda Mirim, o Bombeiro Mirim é uma atividade socioeducativa que agrega orientações e assistência para estimular condutas positivas para a sociedade. No caso dos pequenos bombeiros, o aprendizado engloba a prevenção de incêndios, afogamentos e vários outros tipos de acidentes, entre eles os domésticos, os de trabalho e os de trânsito e o controle do pânico nessas ocorrências; rudimentos de primeiros socorros; noções de proteção e prevenção no campo da defesa civil.

Segundo Marcos José Vedovotto, da Vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Precatórias de Ituiutaba, o projeto Bombeiro Mirim é mais uma das respostas positivas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais à sociedade civil: “Se a criança ou o adolescente se envolvem numa ocupação digna, evita-se que eles frequentem as ruas e tomem o caminho da marginalidade. É muito mais inteligente trabalhar a prevenção”.

Para a comandante do 7º Pelotão, 2º Tenente Shirley Carvalho Neves, diante do contexto de degradação ambiental e do quadro de violência e criminalidade atual, a corporação assume, com o projeto, sua responsabilidade social. “O CBMMG aproveita a convivência com crianças e adolescentes para disseminar conhecimentos na área de convívio social, despertando também a consciência coletiva de preservação do meio ambiente, noções de saúde e de higiene, educação no trânsito, drogas e seus malefícios, cidadania, civismo e atividades recreativas”, esclarece.

De acordo com Vedovotto, nessa primeira etapa foram selecionados 40 alunos, entre crianças e adolescentes de 9 a 15 anos, de ambos os sexos. “A avaliação socioeconômica deu prioridade, entre outros aspectos, à condição de baixa renda da família, como forma de proporcionar aos menores um relacionamento sadio e produtivo, possibilitando, ainda, oportunidades para exercitar sua iniciativa, independência e busca de identidade”, explica.

O magistrado, que também é um dos defensores da Apac da Transparência de Ituiutaba, diz acreditar que não basta prevenir o crime e puni-lo, mas é necessário também recuperar o indivíduo que errou. “Por ser juiz da vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Precatórias, tenho a chance de julgar desde o nascimento até a morte de um cidadão. Por isso, considero iniciativas como essas importantes”, finaliza.

Fonte: TJMG