O prêmio Nobel de Economia deste ano ficou com o francês Jean Tirole, da Universidade de Toulouse, que estuda o poder de mercado de grandes empresas.

Especialista em telecomunicações, Tirole foca seu estudo em grandes empresas que, mesmo improdutivas, se mantiveram na liderança por aproveitar de monopólios e de regulação favorável em seus países.

Para Tirole, incentivos e proteção de mercado não funcionam bem em longo prazo para essas empresas, que tendem a se tornar improdutivas, ineficientes e difíceis de serem administradas.

Agora, ele estuda o poder de mercado de empresas de tecnologia como Google e Apple, que se valem de pesquisa e inteligência de mercado para se manterem competitivas em relação aos concorrentes.


O anúncio foi feito em Estocolmo nesta segunda (13), às 13h (8h em Brasília), pela Academia Real Sueca de Ciências, responsável pelo premiação.

"Tirole clarificou como entender e regular ramos da indústria com poucas poderosas firmas", disse Staffan Normark, secretário da academia sueca.

"Desde o meados da década de 80, Tirole trouxe um novo fôlego para para as pesquisa das limitações do mercado. Sua pesquisa sobre firmas com poder de mercado permitiu uma teoria unificada com foco central em questões regulatórias: como o governo deve lidar com fusões e cartéis e como ele deve regular monopólios", completou.

O economista receberá um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão).

2013

No ano passado, os americanos Eugene Fama, Robert Shiller e Lars Peter Hansen conquistaram o prêmio pelos estudos de análise sobre preços de ativos, como ações e títulos.

Segundo a Real Academia Sueca de Ciências, os três foram os responsáveis pelo atual conhecimento sobre as tendências que influenciam esses preços.



Conheça a seguir os vencedores do prêmio desde 1979 e onde atuam.

2013 - Eugene Fama, Robert Shiller e Lars Peter Hansen

2012 - Alvin Roth e Lloyd Shapley (ambos dos EUA)

2011 - Thomas J. Sargent e Christopher A. Sims (ambos dos EUA)

2010 - Christopher Pissarides (Chipre) e Peter Diamond e Dale T. Mortensen (ambos dos EUA)

2009 - Elinor Ostrom e Oliver Williamson (EUA)

2008 - Paul Krugman (EUA)

2007 - Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson (EUA)

2006 - Edmund S. Phelps (EUA)

2005 - Robert J. Aumann (Israel e EUA) e Thomas C. Schelling (EUA)

2004 - Finn E. Kydland (Noruega) e Edward C. Prescott (EUA)

2003 - Robert F. Engle 3º (EUA) e Clive W.J. Granger (Reino Unido)

2002 - Daniel Kahneman (EUA e Israel) e Vernon L. Smith (EUA)

2001 - George A. Akerlof, A. Michael Spence e Joseph E. Stiglitz (EUA)

2000 - James J. Heckman e Daniel L. McFadden (EUA)

1999 - Robert A. Mundell (Canadá)

1998 - Amartya Sen (Índia)

1997 - Robert C. Merton e Myron S. Scholes (EUA)

1996 - James A. Mirrlees (Reino Unido) e William Vickrey (EUA)

1995 - Robert E. Lucas Jr. (EUA)

1994 - John C. Harsanyi (EUA), John F. Nash Jr. (EUA) e Reinhard Selten (Alemanha)

1993 - Robert W. Fogel e Douglass C. North (EUA)

1992 - Gary S. Becker (EUA)

1991 - Ronald H. Coase (Reino Unido)

1990 - Harry M. Markowitz, Merton H. Miller e William F. Sharpe (EUA)

1989 - Trygve Haavelmo (Noruega)

1988 - Maurice Allais (França)

1987 - Robert M. Solow (EUA)

1986 - James M. Buchanan Jr. (EUA)

1985 - Franco Modigliani (EUA)

1984 - Richard Stone (Reino Unido)

1983 - Gerard Debreu (EUA)

1982 - George J. Stigler (EUA)

1981 - James Tobin (EUA)

1980 - Lawrence R. Klein (EUA)

1979 - Theodore W. Schultz (EUA) e Sir Arthur Lewis (Reino Unido)

Fonte: Folha de São Paulo