45159.jpeg.jpgA arte do caratê surge como aliada da Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte na luta para que jovens em conflito com a lei conquistem e resgatem valores. Ontem, 19 de junho, o juiz Carlos Frederico Braga da Silva, acompanhado por uma equipe de técnicos do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH), entregou a um grupo de jovens os seus quimonos para que eles iniciassem o aprendizado do caratê e sua filosofia, através do projeto Criança Aprendiz.

O juiz felicitou os jovens e disse palavras de incentivo para que enfrentem os problemas naturais da vida com coragem e procurem compreender a meta e a disciplina que o caratê propõe e o caráter humano dessa arte marcial. Ele entende que não foi à toa que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) priorizou a proteção aos direitos de crianças e adolescentes. “É mais produtivo para a sociedade a aplicação de medidas socioeducativas ao invés de penas privativas de liberdade.” Para ele, a justiça infantil ainda tem um viés muito punitivo, e isso precisa diminuir. Explicou também que se gasta muito mais no combate à violência do que na prevenção.

O evento aconteceu na sede onde é realizado o projeto Criança Aprendiz, no bairro Planalto, região norte da capital. O projeto foi fundado e é coordenado pelo mestre de caratê Miyamoto Luiz. Ele explicou que a disciplina cobrada no decorrer do aprendizado é rígida, porém, estimulante. Os ensinamentos despertam nos jovens aprendizes o interesse em vencer desafios.

Criança Aprendiz

O Criança Aprendiz tem como finalidade a promoção do esporte, da cultura, da saúde e da diversão para crianças e jovens carentes, que vivem em áreas de risco e convivem diariamente com o tráfico, a violência e a falta de estrutura familiar. Por meio da filosofia e da arte do caratê, são resgatados valores como disciplina, respeito e organização para a formação do indivíduo e o seu convívio em sociedade.

Em 2008, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) assinou um contrato de parceria com a International Karate-Do Organization Miyamoto Damashii, visando a reintegração social do jovem em conflito com a lei.

Com o alcance de resultados positivos entre jovens infratores, o projeto foi estendido a crianças e jovens carentes, em situação de risco, e estudantes de diversas escolas municipais da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com um propósito preventivo. Em 2009, o projeto foi oficializado e registrado como associação civil, sem fins lucrativos, sob o nome “Projeto Criança Aprendiz”, com o slogan “Um golpe a favor da cidadania”.

Fonte: TJMG
Foto: Rosana Maria