O juiz Thiago França de Resende, encarregado de julgar o caso da menina M. E., de 4 anos, disputada pela família biológica e a adotiva, saiu em defesa da Associação Beneficente Efatá. Corregedor das entidades de atendimento de Contagem, responsável pela fiscalização dos abrigos, o magistrado distribuiu ontem nota à imprensa, em que diz que “não se verifica a princípio qualquer irregularidade no abrigamento (…), merecendo registrar-se que o Lar Efatá consiste em instituição regularmente habilitada para receber menores em situação de risco social”.

No comunicado, ele se refere à denúncia de uma avó, a comerciante Sueli Azevedo, de 48 anos, que sofre com a longa procura por três dos quatro netos que teriam passado pelo Lar Efatá e sido adotados de forma irregular, segundo reportagem do Estado de Minas na segunda-feira. A avó diz que há um ano e sete meses não tem notícias de S. J. P., de 10 anos, J. A. P., de 7, e S. D. P., de 4, desde a última visita aos netos no Lar Efatá, de Contagem, na Grande BH. Sueli denuncia que as duas meninas e um menino foram encaminhados à adoção de forma ilegal, após os pais, com histórico de uso de drogas, se desentenderem e deixarem as crianças em situação de vulnerabilidade. Amparada por advogada, ela garante que em pelo menos dois casos há processos de adoção dos netos correndo nos tribunais de Goiás, para onde eles teriam sido levados.

No comunicado, o juiz explica que os autos de F. C. S. , S. J. P., S. D. P. e J. A. P. foram encaminhados à Comarca de Betim em julho de 2012, apurando-se que a primeira foi recebida no Lar Efatá, a segunda e a terceira no Lar Betel e o último no Instituto Espírita Lar de Marcos, não sendo viável o retorno das crianças à família de origem. Por essa razão, ele determinou a concessão da guarda de F. C. S. como alternativa ao abrigamento para família extensa a tios paternos, o mesmo ocorrendo com os irmãos S. J. P., S. D. P. e J. A. P., que ficaram sob a guarda de outros tios paternos, em Betim. Todos os casos teriam sido fiscalizados pelo Ministério Público, segundo o informe.

A mãe adotiva da menina M. E., que luta para manter a guarda, se diz indignada com a carta. Ela e o marido receberam apoio de artistas com gravação de depoimentos no YouTube.

Fonte: Estado de Minas