O projeto foi o vencedor, na categoria juiz, do Prêmio Innovare 2012, e a intenção é implantá-lo em outras comarcas.
Como nasceu o projeto “Mães que Cuidam”?
Esse projeto surgiu depois de uma visita que fiz ao presídio da comarca e percebi que havia muitas crianças brincando no local, o que me chamou muito a atenção. Percebi que elas circulavam como se tivessem em um parque de diversão, como se já estivessem habituadas. Além disso, quando essas crianças iam fazer a visitação, eram sujeitadas à revista. Foi quando percebi que não podia mantê-las nessa realidade e busquei parceiros para mudarmos essa situação.
Quem são os parceiros do projeto?
É o Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap), um grande parceiro, através do empresário Kléber Marques, que banca todas as despesas, projetos, pagamento de funcionários e reformas. Tenho um grande parceiro, que muito vezes, outros não possuem.
Qual a importância da atuação social da magistratura?
Ao juiz não é dado apenas o direito de ficar somente entre quatro paredes, dentro do gabinete. O juiz tem estar presente também na sociedade. Nada mais justo que desenvolver um projeto com pessoas que estão presas e que vivem praticamente na mais completa miséria econômica e moral. O juiz tem de estar voltado para este campo social, no sentido de tentar restabelecer e resgatar não só a cidadania do próprio preso, mas em especial de sua família, porque esta criança de hoje é o homem de bem do futuro ou bandido. Quando levamos essas crianças para um ambiente sadio e ensinamos questões de higiene, reforço escolar, música, boa alimentação, possibilitamos que ela, no futuro, tenha uma propensão muito grande de não incidir no crime.