Georgia Baçvaroff
Há 21 anos na magistratura, o juiz Ronaldo Claret atua hoje na 5ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. Recentemente, foi aprovado em um concurso para assumir um cartório extrajudicial. Chegou a escolher o local, que seria Nova Lima, mas desistiu e preferiu permanecer na magistratura, convencido de que está na profissão por vocação e quer concluir o ciclo da carreira. Em entrevista ao site da Amagis, Ronaldo Claret falou sobre a dedicação à magistratura e os prós e os contras da carreira.
O concurso que o senhor prestou para o cartório extrajudicial foi muito concorrido, teve cerca de sete mil candidatos. O que o fez optar pela permanência na magistratura?
Cogitei fazer o concurso para o cartório como alternativa de atividade na aposentadoria. Passei, mas, na hora de assumir, senti que não era aquilo que eu queria, pois eu tinha que completar meu projeto como juiz, que é chegar ao Tribunal. Senti que, na verdade, estou na magistratura por vocação e não seria o dinheiro que iria me tirar da carreira antes da conclusão do ciclo.
Pela questão financeira, seria uma melhor opção?
Financeiramente, seria uma alternativa muito boa, porque eu teria a possibilidade de manter a renda de magistrados, como aposentado, e ainda ter uma renda extra. Mas, quando você exerce uma atividade que gosta, você faz com prazer. E eu gosto da magistratura. Trabalhar, pra mim, é uma atividade prazerosa.
Qual conselho o senhor daria para os 96 novos juízes que entraram para a magistratura mineira neste ano?
Falaria, primeiramente, para eles agirem como juízes que são, e não como delegados de polícia. Que eles esperem que os problemas venham até eles, ao invés de ir atrás de problemas. Se agirem dessa forma, vão facilitar a atividade jurisdicional em qualquer lugar em que forem atuar.