A juíza Andréa Cristina de Miranda Costa, da 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte, condenou vinte pessoas que pertenciam a uma das maiores organizações criminosas de Minas Gerais, especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Juíza Andréa Cristina de Miranda Costa

O processo começou a tramitar no segundo semestre do ano passado, depois da operação Viribus, da Polícia Civil do Estado, realizada em Belo Horizonte e na Região Metropolitana. Foram apreendidos, diversos veículos luxuosos que eram utilizados para lavar o dinheiro proveniente do tráfico.  A instrução durou pouco mais de 180 dias, considerando a complexidade do caso e o número de réus, e os tribunais superiores mantiveram as prisões, corroborando o trabalho da Justiça mineira.

A magistrada aplicou as penas em uma sentença com 345 laudas. Um dos integrantes foi condenado a 76 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado. “Penso que precisamos agir com rigor com as pessoas que lavam dinheiro, porque elas tornam o dinheiro lícito. É assim que conseguimos frear um pouco essas organizações criminosas, sejam elas maiores ou menores. Quando se ataca o dinheiro, se enfraquece qualquer organização criminosa”, afirmou a juíza.

Sentença

Durante a tramitação, a juíza entendeu que os investigados poderiam estar associados ao tráfico, mas também a uma organização criminosa de lavagem de dinheiro, caracterizando então dois crimes. “O processo foi distribuído para mim por conta do tráfico, mas o principal ponto foi a lavagem de dinheiro e a organização criminosa”, disse ela, destacando a importância da iniciativa do presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Gilson Soares, em ampliar a competência das varas de tóxicos no Estado.


Para a juíza Andrea Miranda, o resultado de todo o trabalho realizado pela Vara surte efeito graças ao empenho de toda uma equipe. Por conta da pandemia, em que as secretarias contam com um número reduzido de servidores e a maioria das audiências é realizada por meio de videoconferências, julgar um processo tão complexo significa uma operação complexa.

“Os servidores da Vara, bem como o Ministério Público, advogados e policiais das delegacias especializadas que participaram da operação, são fundamentais para o bom andamento dos trabalhos. É necessário ter uma certa expertise para alcançar bons resultados”, afirmou a juíza.  

O processo foi julgado ainda em meio físico, mas, segundo a magistrada, a chegada do PJe nas varas criminais, já implantado no Estado, veio para somar e dar ainda mais agilidade na prestação jurisdicional.