A juíza da Vara Infracional de Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria Rodrigues, proferiu palestra para adolescentes do 1º e do 2º anos do ensino médio do Colégio Loyola, no dia 29 de outubro. Ela falou a respeito de atos de indisciplina, atos infracionais e bullying. O evento dá continuidade ao programa Juiz na Escola, sugerido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a todos os tribunais do país com o objetivo de aproximar as instituições do judiciário das educacionais.
A magistrada iniciou a palestra diferenciando atos indisciplinares de atos infracionais. Indisciplina consiste em desobediência às normas internas da instituição, como a não utilização do uniforme, enquanto infração diz respeito a crime ou contravenção, como agressão e pichação. A partir dessa explicação, fez uma breve descrição dos procedimentos adotados na vara infracional de infância e juventude.
Os temas drogas e armas também foram abordados pela magistrada, que ressaltou a seriedade com a qual essas questões devem ser tratadas. “Hoje em dia, o problema da arma está mais grave que o problema da droga. Vários jovens que passam por situações difíceis fora da escola levam armas para dentro do ambiente escolar”, informa.
Bullying
Com relação ao bullying, a magistrada disse ser esse um problema cultural brasileiro que se manifesta de diversas formas, sendo a mais comum apelidar os colegas. “É uma prática perigosa, pois quem pratica o bullying não conhece quem está ao seu lado. Às vezes a vítima pode até sorrir, entretanto, internamente, alimenta um sentimento de insatisfação, que, com o acúmulo das piadas, pode desencadear reações diversas”, adverte. Para ilustrar, citou o caso de um jovem que sofria bullying desde oito anos e, aos 13, foi flagrado tramando a morte das pessoas envolvidas.
Pedro Vilela Duarte, 16 anos, comentou que não tinha noção da responsabilidade atribuída ao menor: “Não sabia que um menor poderia ser preso e achei as penas duras. Além disso, não conhecia nada a respeito do Poder Judiciário”, conta. A juíza Valéria destacou a importância do programa Juiz na Escola para aproximar o Poder Judiciário da população.
O professor Pazzini, coordenador de ciências da natureza e matemática, comentou que a palestra abordou um tema de extrema importância e difícil de trabalhar com os adolescentes: o limite imposto pela lei e pela Justiça. “A juíza prendeu a atenção dos alunos por tratar de exemplos presentes no cotidiano deles”, explica.
Fonte: TJMG