De acordo com Amorim Siqueira, as ações correicionais permitem o diagnóstico geral, o direcionamento de ações de orientação, a edição de atos de conteúdo normativo e o encaminhamento de propostas estruturais ao TJMG. Reiterando o que dissera o corregedor-geral na abertura do evento, concluiu sua participação assegurando que o principal objetivo da Corregedoria-Geral de Justiça é orientar e ajudar os juízes.
Já Rogério Alves Coutinho, também juiz auxiliar da Corregedoria, proferiu a palestra “Questões relevantes sobre a fiscalização dos Serviços Notariais e de Registro”. Ele afirmou que são feitas, em média, dez correições desse tipo por semestre, e esclareceu pontos sobre selos de fiscalização, recolhimento de taxas compulsórias e organização dos cartórios.
“Lei Complementar nº 105/2008, que altera a Organização e a Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais – principais modificações relacionadas às atividades da Corregedoria Geral de Justiça e da Direção do Foro” foi o tema da última palestra do Encor, feita pelo juiz auxiliar da Corregedoria Paulo de Carvalho Balbino. Ele apresentou novidades trazidas pela lei, como a previsão de criação de varas do Idoso e de Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo; o acréscimo de novos deveres e vedações aos magistrados, mudanças no regime disciplinar dos servidores e a criação de novas comarcas de entrância especial (Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Patos de Minas, Poços de Caldas, pouso Alegre, Ribeirão das Neves, São João Del-Rei, Sete Lagoas, Teófilo Otoni e Varginha).
Encerramento
No fim do evento, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Célio César Paduani, agradeceu o comparecimento de todos ao encontro, que considerou altamente satisfatório. “Os encontros regionais aproximam a Corregedoria-Geral de Justiça – que, muitas vezes, é mal compreendida – diretamente aos juízes do interior. Os temas debatidos aqui foram de alta relevância, diversificados e aprofundados dentro do possível, e nos enriqueceram, pois não há nada mais sagrado que o conhecimento”, afirmou. “Saibam que a Corregedoria abre as portas para todos os juízes do Estado de Minas Gerais”, concluiu.
Para o juiz Paulo Caixeta, diretor do Foro da comarca de Congonhas, o Encor Regional foi realmente um sucesso. “Pelo pequeno número de juízes, pela descentralização, o encontro regional é muito mais proveitoso. As comarcas da mesma região têm, muitas vezes, problemas em comum. Algumas dificuldades da comarca podem ser resolvidas a partir de um simples contato, numa troca com os colegas mais próximos”, opinou. “Achei muito esclarecedora a palestra sobre as inovações no Júri. No interior não é como em Belo Horizonte, em que há um Júri por dia. Como eu, muitos aqui ainda não participaram de um Júri no novo procedimento, e por isso foi muito útil ouvir os esclarecimentos de um colega juiz que é especialista no assunto”, disse o diretor do Foro de Congonhas.
O juiz diretor do Foro da comarca de Betim, Jorge Paulo dos Santos, também aprovou a iniciativa. “O encontro regional é benéfico porque, ao reduzir o número de juízes, permite melhor contato, troca de idéias, discussões e debates. Este é o formato ideal”, afirmou, acrescentando que todas as palestras foram proveitosas. “Para mim, em especial, a abordagem sobre as tabelas processuais unificadas foi muito importante, pois mostrou o caminho que deveremos seguir nessa modernização da Justiça. Foi um aprofundamento no tema que, acredito, nenhum de nós aqui tinha tido a oportunidade de presenciar antes. Hoje, já tenho como conversar com os servidores da comarca sobre a implantação das tabelas. A abordagem sobre o Fórum Permanente também foi importantíssima, pois a interação com os advogados é imprescindível”, disse o juiz de Betim.
As três primeiras edições do Encor reuniram em Belo Horizonte todos os diretores de Foro das comarcas de Minas Gerais. Mas, de acordo com o chefe de gabinete da Corregedoria-Geral de Justiça, Roberto Brant, esta primeira experiência regional foi produtiva e, de agora em diante, os encontros passarão a ser semestrais, com uma região por semestre, em cronograma a ser estabelecido. “São seis regiões, ou seja, fecharemos o Estado a cada três anos”, informou. “Os resultados de um encontro regional são muito mais eficazes do que se reuníssemos todos os juízes de Minas Gerais na comarca de BH”, ratificou o desembargador Célio César Paduani.
Fonte: TJMG