Os juízes federais Sergio Fernando Moro, Fausto Martin De Sanctis e Leandro Paulsen foram os mais votados em lista tríplice da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) como indicação para a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal.
Votaram 362 associados da Ajufe. A lista deve ser encaminhada para a presidente Dilma Rousseff.
A votação foi feita em duas fases. Numa primeira etapa foram escolhidos seis nomes. Consultados, Moro, De Sanctis e Paulsen autorizaram a inclusão de seus nomes na lista tríplice.
Na apuração final, Moro recebeu 141 votos; De Sanctis, 134 e Paulsen, 123.
“Integrar a mais alta Corte de Justiça do Brasil certamente é uma honra. Exige um exercício único de responsabilidade dada a envergadura das questões a ela submetidas. Claro que gostaria de ser um de seus integrantes, mas sei que o Brasil possui nomes brilhantes que podem cumprir a dificil, importante e nobre tarefa tão bem”, afirmou De Sanctis ao Blog.
Ele diz que recebeu “com alegria” o fato de figurar ao lado de colegas que admira e de ter sido lembrado “exclusivamente pelo trabalho e pela condução de vida com correção e dedicação”.
Sergio Moro, do Paraná, e Fausto De Sanctis, de São Paulo, são magistrados especializados em julgar crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem de dinheiro.
Leandro Paulsen é tributarista. Desembargador Federal no TRF-4 (com sede no Rio Grande do Sul). Foi por duas vezes juiz auxiliar do Supremo, a convite da ministra Ellen Gracie.
Para a Ajufe, a importância da escolha é que na atual composição do Supremo não há nenhum juiz federal de carreira.
Entre outros casos relevantes, Moro atuou nas investigações do Banestado e conduz atualmente as investigações envolvendo a Petrobras (“Operação Lava Jato”). Foi juiz instrutor do Supremo Tribunal Federal, tendo atuado como auxiliar da ministra Rosa Weber durante o julgamento do mensalão.
De Sanctis atualmente é Desembargador Federal no TRF-3 (com sede em São Paulo). Como juiz federal, esteve à frente da 6ª Vara Federal Criminal e atuou em casos relevantes, como a Operação Satiagraha, Banco Santos, Castelo de Areia e Banespa, entre outros.
Moro e De Sanctis têm livros publicados sobre o combate à lavagem de dinheiro e crimes financeiros. A escolha de ambos é uma indicação da importância que a Justiça Federal atribui ao combate à corrupção e ao crime organizado.
Fonte: Folha de São Paulo (Por Frederico Vasconcelos)