Patrocínio foi palco nos dias 9 e 10 de setembro do 1º Encontro Projeto Justiça na Escola que é iniciativa do juiz Serlon Silva Santos da Vara Criminal e da Infância e Juventude da comarca, em parceria com Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef). Participaram mais de 1.100 profissionais da educação pública da cidade de Patrocínio, divididos em quatro turmas.

O juiz Serlon Silva Santos, durante o evento, ressaltou a sua preocupação com o aumento no relato de situações de conflito, no desinteresse dos alunos e pais, na indisciplina e na angústia vivida pelos profissionais da educação que muitas vezes não sabem como lidar com as situações. O magistrado foi enfático ao dizer aos presentes que o evento era apenas o primeiro encontro tratando do tema escolhido democraticamente por ocasião da audiência pública feita um mês antes. Garantiu o interesse do projeto na primeira fase de instrumentalizar os profissionais com técnicas e os conhecimentos normativos legais necessários às atividades da escola e que as demais fases do projeto estarão sendo construídas por todos, tal qual ocorreu neste primeiro momento.

O palestrante Guilherme Shelb abordou a importância de se conhecer as normas legais e as decisões da Justiça que tratam das atividades rotineiras nas escolas. Ele frisou que a indisciplina é considerado um ato de desconsideração do aluno quanto a regras de comportamento da escola, apesar de dizer, que nem o que desagrada um professor é indisciplina. Para ele, divergir não é desrespeitar, bem como, toda pessoa acusada de praticar algum mal deve ser ouvida e ter a oportunidade de se defender antes de ser punida.

Guilherme Shelb, que falou para diretores, orientadores e educadores das escolas, ressaltou ser necessário ter estratégias inteligentes para a identificação precoce e a intervenção imediata em situações de risco envolvendo crianças e adolescentes.

O Projeto Justiça na Escola busca oferecer aos profissionais da educação ferramentas que os auxiliem a lidar com as questões da comunidade escolar, principalmente no que diz respeito ao combate e à prevenção dos problemas que afetam crianças e adolescentes. A idéia nasceu a partir de uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que criou o Programa Justiça nas Escolas, com a proposta de debater temas como combate à drogas, bullyng, violência nas escolas, evasão escolar, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cidadania, dentre outros. Participam juízes, professores, educadores, técnicos em psicologia e serviço social, alunos e pais e demais interessados, promovendo-se, com isso, a articulação entre a justiça e a educação.

Os participantes receberam, também, palestras com conteúdo de psicomotricidade, durante as quais foram desenvolvidas diversas dinâmicas e atividades motivacionais, tudo ministrado pelo UNICERP, através de seus profissionais que atuam nos cursos de Psicologia e Pedagogia.

Os dois dias de evento também foram muito importantes para crianças e adolescentes (menores infratores internados e crianças abrigadas), que integram o projeto renascença, que é um projeto social que trabalha com música (percussão, violão e coral) com o objetivo de sociabilizar estes jovens através dos estudos musicais. O projeto conta com o total e irrestrito apoio do juiz Serlon Silva Santos.

Apoiaram, ainda, o evento a Direção do Foro da comarca de Patrocínio e da Associação dos Magistrados Mineiros (AMAGIS), o Programa Proteger, a Prefeitura Municipal de Patrocínio, a Superintendência Regional de Educação de Patrocínio, o Centro Universitário do Cerrado-Patrocínio (UNICERP), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Avançado Patrocínio (IFTM), o Projeto Renascença e o Conselho Comunitário de Segurança Preventiva de Patrocínio (CCSPP).

O evento também contou com a participação especial da Polícia Militar que levou ao auditório do UNICERP cerca de 200 militares, representando cerca de 20 cidades da 10ª Região da Polícia Militar, que ouviram atentamente importantes orientações para soluções de conflitos no ambiente escolar.

Fonte: Ascom/TJMG