magiscultura_8.jpgA Amagis lançou hoje, 20, a primeira edição da revista Magiscultura Mineira – a revista de arte e cultura dos magistrados mineiros. Com uma edição cuidadosa, feita em papel reciclado, a publicação traz 16 textos de magistrados do Estado sobre os mais diversos temas, que vão da história até a poesia, passando pela filosofia e artes plásticas.A revista conta ainda com participação especial do compositor mineiro Fernando Brant – que é filho de juiz e parceiro de Milton Nascimento em célebres canções como Travessia e Maria Maria. Em seu texto, intitulado “Graças a Deus”, ele traça um panorama de como a violência tem afetado a vida das pessoas e lamenta termos de viver com medo a cada vez que saímos à rua. “O juiz tem muita relação com a cultura. Sei disso, porque sou filho de magistrado e cresci vendo meu pai com uma biblioteca imensa, não só de livros jurídicos, mas também de poesia, romance e história. O juiz tem de ter uma visão muito ampla da vida e também da cultura”, disse Fernando Brant no lançamento da revista.

Segundo o diretor responsável pela revista, juiz Renato César Jardim, o principal objetivo da publicação é incentivar a produção cultural entre os magistrados mineiros. “Os magistrados sempre foram considerados, e efetivamente o são, homens letrados. Existem muitos colegas que escrevem bem, que são poetas e muitas vezes ficam ocultos. Nós queremos mostrar para o Brasil que a magistratura mineira, além de ser considerada uma das melhores, senão a melhor e mais honrada do país, se preocupa também com a cultura. Certamente, magistrados preocupados com a cultura, homens de sensibilidade, são melhores juízes”, afirmou.

“Nossa intenção é oferecer aos próprios magistrados mineiros, aos colegas de todo o país e a todos os demais leitores uma oportunidade de travar contato com muito do que se anda pensando e criando por estas vastas Gerais”, disse o presidente da Amagis, juiz Nelson Missias de Morais. Ele lembra a tradição cultural e artística de Minas - que deu ao país figuras como Aleijadinho, Ataíde, Gonzaga, Amilcar de Castro, Inimá de Paula e Carlos Drummond de Andrade – e, sem fazer comparações, afirma que “os leitores que se debruçarem sobre os textos aqui publicados não irão se decepcionar: a tradição de qualidade dos mineiros será mantida”.

De acordo com a diretora cultural da Amagis, juíza Mariângela Meyer Pires Faleiro, o lançamento da revista demonstra o empenho da Associação em preservar e divulgar os valores culturais e os potenciais escondidos dos associados que possuem dons artísticos. “A Magiscultura Mineira constitui-se um projeto voltado para a reflexão, informação e incentivo à leitura”, disse.

O juiz Juscelino José Magalhães, da comarca de Ribeirão das Neves, autor de um dos poemas publicados neste primeiro número da Magiscultura Mineira, considera o lançamento importante para valorizar a criatividade dos magistrados mineiros.

“Nosso trabalho nos absorve muito tempo, mas temos que nos dedicar também às coisas da arte. É relevante essa promoção cultural da Amagis e que ela se repita. Acredito que o presidente Nelson Missias, que é dinâmico, irá dar continuidade a esse trabalho”, afirmou o juiz Gutemberg da Mota e Silva, de Belo Horizonte, que tem um texto publicado na revista a respeito de um peculiar jantar, realizado há 83 anos, que reuniu nada menos que Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Ribeiro Couto.



A Amagis também homenageou o compositor Fernando Brant com uma placa, que continha as seguintes palavras:


Ao compositor Fernando Brant:

“Ser capaz, como um rio
que leva sozinho
a canoa que se cansa,
de ser de caminho
para a esperança.
E de lavar do límpido
a mágoa da mancha,
como um rio que leva, e lava.”
Thiago de Mello


Os magistrados mineiros, por sua associação de classe, reconhecem a sua especial participação na materialização da revista de cultura da AMAGIS – MAGISCULTURA.
Nossos sinceros agradecimentos .

Belo Horizonte, 20 de março de 2009.


Nelson Missias de Morais
Presidente
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