Magistradas de diversas regiões do Estado terminaram, nesta sexta-feira, 24, o curso “Medidas de autoproteção para magistradas”, uma iniciativa pioneira no País, resultado do convênio de cooperação mútua assinado entre Amagis, Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Escola Nacional da Magistratura, Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), Polícia Militar de Minas Gerais e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Durante toda esta semana, as magistradas puderam desenvolver e aprender boas práticas de medidas de autoproteção, conduzidas pela Assessoria Militar do TJMG, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Batalhão de Operações Especiais (Bope), a partir de aulas e oficinas visando uma atuação segura e desenvolvendo habilidades em situações de risco.

Durante o curso, elas foram treinadas para lidar com arma de fogo, sob princípios de segurança e destreza; assim como capacitação na adoção de procedimentos consagrados para atuar em autodefesa; propiciar aprimoramento na prática de direção de veículo com viés evasivo e defensivo; instrução nas ações específicas e pontuais sob a lógica do autossocorro; e desenvolver estruturas neurais e motoras para o correto emprego das técnicas de defesa pessoal.


Referência

O desembargador Caetano Levi, diretor-presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM), agradeceu à direção da Amagis, TJMG, AMB, Ejef, PMMG e Corpo de Bombeiro pela realização do curso. “Desde que assumimos a direção da Escola, tínhamos a preocupação com as colegas magistradas que, no País inteiro, têm sido vítimas de violência, inclusive feminicídio. E o melhor caminho é a prevenção, que passa por treinamento. Queremos ainda que seja replicado em outras unidades da federação”, destacou.

Veja a repercussão do curso entre as participantes:

A juíza Aldina Soares lembrou que a iniciativa foi pioneira e fantástica, já que, além de capacitar no que fazer para autoproteção, foi possível atualizar as medidas de capacitação em situações de risco.

 A juíza Beatriz Junqueira parabenizou a Amagis e demais instituições e avaliou que saiu do curso impressionada com os conhecimentos adquiridos.

Para a juíza Roberta Chaves Soares, foi uma grande oportunidade ter participado desse curso. “Entramos de uma forma e saímos muito melhores, mais fortes, confiantes e unidas. Evento muito bem organizado. A PMMG muito nos honra e, de uma forma muito gentil e competente, nos ensinou a nos proteger, a atirar, a prevenir e, em última hipótese, a combater”.

A juíza Renata Nascimento Borges também elogiou a iniciativa e disse que o curso foi um treinamento extremamente qualificado. “Aprendemos técnicas de autossocorro, autodefesa, direção defensiva, técnicas que podem vir realmente a ser úteis a qualquer um, principalmente para nós magistradas”, disse.

A juíza Marina de Alcântara Sena, da Comarca de Contagem, disse que a iniciativa foi excepcional. “O curso foi muito acima das expectativas, pela inovação e desconhecimento das medidas de proteção e estamos saindo bem mais seguras”, revelou.  



Para a desembargadora Kárin Emmerich, da 9ª Câmara Criminal, especializada em violência doméstica, do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Execução Penal do Estado de Minas Gerais, “não há como falar de prevenção em relação à violência contra magistradas sem pensar em todas as mulheres. Estamos todas juntas nessa questão da violência. Quando a gente capacita mulheres, como nós magistradas, é uma forma também de transmitir a outra mulheres essa possibilidade de capacitação, proporcionando orientações para verificarem se estão numa situação de violência”, disse. 

A juiz Lucy Augusta Aznar de Freitas avaliou como muito necessária a iniciativa. “Há muito tempo que a gente aguarda uma preparação como essa. Acho importante para nossa profissão, que exige que tomemos este cuidado e tenhamos essas aulas de defesa pessoal, pois constantemente podemos passar por alguma situação dessas”.

A juíza Luciana Mara de Faria também considerou louvável a iniciativa, já que se trata também de uma demanda antiga das magistradas. “Nos proporcionou uma preparação muito completa em termos de autoproteção, necessária tanto para nossa vida profissional quanto pessoal, já que a violência doméstica não escolhe classe profissional, social ou qualquer critério”.

A juíza Lucimeire Rocha também parabenizou as entidades responsáveis devido à necessidade de que magistrados e magistradas conhecerem as técnicas de autoproteção. “A parceria com a PM é fundamental para o exercício da judicatura e entendo também que tudo que aprendemos é imprescindível não só para nossa segurança, mas também para a qualificação do exercício da atividade jurisdicional”, afirmou.