O juiz Luiz Guilherme Marques, da comarca de Juiz de Fora, lançou hoje, 15, o livro A Ética no Judiciário. Na obra, Luiz Guilherme retrata o perfil do juiz do século XXI, que, de acordo com ele, tem uma maior proximidade com os jurisdicionados. “Essa relação favorece um melhor atendimento e a simplificação do processo judicial. Atualmente temos a figura de um juiz moderno, que atende bem, conversa com as partes, dialoga e tenta a solução dos litígios. Esse é um movimento que vem ganhando força”, afirma o magistrado que reúne uma série de artigos sobre o assunto no novo livro. Luiz Guilherme afirma que “o mais importante é praticar essa ideia do Judiciário novo, porque há uma pressão muito grande da população pelo andamento rápido e, principalmente, bom atendimento”, afirmou.
A obra foi produzida e editada pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e a solenidade de lançamento contou com a presença de autoridades do Poder Judiciário entre elas, o ministro Paulo Medina.
O desembargador Reynaldo Ximenes parabenizou o juiz Luiz Guilherme pela obra e destacou a presença do ministro Medina como um trunfo para o novo livro. “Quero registrar a alegria em lançar mais esse livro do nosso querido colega, Luiz Guilherme Marques, que tem sido um dos mais constantes colunistas, e tem escritos matérias de cunho político e de interesse institucional e que, na verdade, são muito importantes para a nossa atividade profissional. O momento aqui hoje é muito significativo, porque temos a presença do ministro Paulo Medina, uma figura que encarna a magistratura corajosa, destemida e a magistratura que sempre sabe enfrentar as dificuldades e os percalços. Mas encarna também momentos em que essa magistratura, por ser corajosa, séria e destemida, é violentada. Como vemos na obra de Luiz Guilherme, nós devemos manter essa posição ética de defesa do Direito e de defesa intransigente dos predicamentos da magistratura. Só a presença de Paulo Medina nesta solenidade já é uma consagração da obra, porque é sinal de que ele reconhece no juiz Luiz Guilherme aqueles valores que ele sempre procurou resguardar na sua atividade e também nas suas aulas e atuação de magistrado”, disse o desembargador.
O ministro Paulo Medina agradeceu as palavras de Reynaldo Ximenes e, em um discurso emocionado, lembrou dos anos em que cursava Ética e Pedagogia no curso de Pós-graduação. “Estou aqui pelo juiz Luiz Guilherme e pelo que ele representa que é a ética, a coragem e a solidariedade. Representa o homem autor de sua própria história. Li o livro que fala sobre a carreira do magistrado, sobre o juiz autêntico, verdadeiro, cristão, que compreende os erros humanos. Luiz Guilherme é uma figura extraordinária que aprendi a admirar. O seu livro fará parte de minha biblioteca”, afirmou o ministro.
O vice-presidente da Amagis, juiz Bruno Terra Dias, participou da solenidade representando o presidente da Associação, juiz Nelson Missias de Morais. Bruno Terra, presidente eleito da Amagis para o triênio 2010/2012, parabenizou o juiz pelo lançamento de seu livro e destacou as presenças do ministro Medina e do desembargador Reynaldo Ximenes. “Temos aqui três homens que pensam e vivem: Luiz Guilherme pensa, vive e escreve sobre ética; ministro Paulo Medina pensa, vive e simboliza o que a palavra ética significa na vida do magistrado; e o desembargador Reynaldo Ximenes pensa, vive e expande o significado da palavra ética para que alcance todas as nossas vidas. Tudo isso nos faz refletir que a magistratura é o lugar das pessoas de bem. Na magistratura mineira não cabe quem não se enquadra neste conceito e dela não podem sair as pessoas de bem, que devem, sim, permanecer”, finalizou.
O lançamento foi realizado no Espaço Cultural da Ejef, em Belo Horizonte, no final da tarde desta terça-feira e contou com a presença diversos magistrados.
Trajetória
Antes de ingressar na magistratura, Luiz Guilherme Marques atuou como promotor de Justiça em Minas Gerais e professor de instituições de Direito Público e Privado. Tem mais de cinco centenas de artigos jurídicos publicados em revistas especializadas e na internet. É autor do livro "A Justiça da França - um modelo em questão" e das monografias "Processo Civil francês", "Direitos Humanos na França", "A Justiça e o Direito da Rússia", "A Justiça e o Direito da Índia", "A psicologia do juiz" e "O julgamento da mulher adúltera - a igualdade entre homens e mulheres", além de tradutor do "Dictionnaire du droit privé", de Serge Braudo.
Foto: Rossana Souza