O Poder Judiciário de Minas Gerais está há quase três meses atuando, em grande parte, em modo remoto em função da quarentena do coronavírus. Durante este período, os magistrados e servidores já contabilizaram mais de 11 milhões de atos processuais executados, conforme último balanço divulgado pelo Tribunal de Justiça mineiro. É dessa forma que magistrados e servidores mantêm o atendimento ao cidadão mineiro em todo o Estado.


Possibilidades


Para o juiz Thiago Gandra, auxiliar na Comarca de Sete Lagoas, o período da quarentena fez com que os gestores públicos voltassem os olhos para a tecnologia que já existia, mas que poderia ser mais explorada. “É só olhar a produtividade do TJMG durante este período. Praticamente todo o resultado foi alcançado por meio de trabalho remoto, com o uso da tecnologia”, afirmou.

Juiz Thiago Gandra é auxiliar na Comarca de Sete Lagoas



De acordo com ele, a utilização da tecnologia abriu diversas possibilidades que vieram para somar, mesmo quando tudo se normalizar. Um curso da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), que seria inicialmente realizado de forma presencial, tinha a previsão da participação de duzentos inscritos. “Por causa da quarentena, o curso foi realizado de forma virtual e, com isso, contou com a participação de mais de mil inscritos”, contou o magistrado, que participou da realização do evento da Ejef.

“O fato de ser virtual possibilitou a participação de diversos juízes das comarcas do interior que, provavelmente, não poderiam se deslocar para a capital para realizar o curso. É impressionante ver como é possível desenvolver o trabalho do Judiciário com técnicas modernas e, muitas vezes, sem a necessidade da presença física das pessoas”, disse Thiago Gandra. Para ele, a modernização do Judiciário trará uma série de consequências daqui para a frente, especialmente na área da execução penal e do sistema prisional.


Modernização


Em Governador Valadares, o juiz auxiliar Vinícius da Silva Pereira afirma que faz praticamente tudo de casa, por conta do PJe cível, que, segundo ele, tem facilitado muito o trabalho. “Praticamente 90% dos processos estão sendo resolvidos de casa” afirmou.

Juiz Vinícius Pereira atua na Comarca de Governador Valadares

Vinícius Pereira conta que os processos chegam a todo o momento, mesmo com a pandemia, já que o trabalho da Justiça não para. “O uso da tecnologia tem ajudado muito, porque, se não fosse isso, o prejuízo seria grande para os jurisdicionados e para toda a Justiça com a paralisação dos processos”, destaca o magistrado.

Além disso, para ele, a modernização trouxe maior agilidade ao trabalho do Judiciário. “A utilização da tecnologia e o fato de não estar realizando audiências presenciais, que tiveram a realização suspensa, têm possibilitado a realização de um grande volume de trabalho em um menor espaço de tempo. Não precisar, por exemplo, de se deslocar deu mais tempo para o juiz ficar por conta da atividade final, que é o julgamento dos processos. A disponibilização da tecnologia veio como um instrumento excelente para a otimização dos trabalhos da Justiça, mas acredito que as movimentações presenciais não deixarão de existir”, afirmou o juiz. 


Compromisso


O compromisso da Justiça mineira com os seus jurisdicionados é a principal marca deste período de quarentena, segundo a juíza Juliana Mendes Pedrosa, da 3ª Vara Cível de Pouso Alegre. De acordo com ela, o Judiciário tem entregado uma prestação jurisdicional cada vez mais célere e eficaz, mesmo trabalhando de forma remota durante todo este tempo. “Os juízes mineiros e os servidores estão muito comprometidos. Muitas vezes, começamos a trabalhar às 7h da manhã e, quando necessário, encerramos bem tarde da noite”, conta.

Juíza Juliana Pedrosa, 3ª Vara Cível de Pouso Alegre


Durante o trabalho remoto, realizado há quase três meses, a juíza percebeu a fluidez do trabalho remoto. E, para ela, o avanço tecnológico é o principal responsável por isso. “O trabalho tem fluído muito bem e, quando é necessário falar com os advogados, fazemos tudo por videoconferência, o que agiliza muito o atendimento. Está sendo muito produtivo”, afirmou Juliana Mendes, destacando também a economia que tem sido gerada. “Aqui em Pouso Alegre, o Fórum fica em um local distante, e o fato de não precisarmos nos deslocar  também tem contribuído para a economia de tempo e, consequentemente, para a agilidade dos trabalhos”, disse.


Acompanhe aqui o trabalho da Magistratura mineira garantindo o funcionamento da Justiça.