A cidade de Goiânia recebeu, entre os dias 21 e 23 de agosto, o VIII Encontro do Fórum Nacional de Juízes Criminais (Fonajuc), que neste ano teve como tema central “Crime organizado na era digital: a evolução das organizações criminosas no ciberespaço”. O evento reuniu magistrados e especialistas de diversas áreas para debater os desafios e as transformações da Justiça Criminal diante do avanço das novas tecnologias e da atuação das organizações criminosas no ambiente digital.

Minas Gerais esteve representada de forma significativa no encontro, com a participação das juízas Kênia Baia Ferreira Heilbuth, Lucimeire Rocha, Miriam Vaz Chagas, Luciana Faria, Flávia de Vasconcellos Araújo, Anne Rose do Prado e Ivanete Jota de Almeida e dos juízes Rodrigo de Carvalho Assumpção e Miller Freire de Carvalho. A presença dos magistrados mineiros reforçou o compromisso da Magistratura do estado em contribuir com os debates nacionais que buscam aprimorar a prestação jurisdicional na área criminal, especialmente em um contexto marcado pela complexidade do crime organizado e pelas novas demandas trazidas pela era digital.

Durante três dias, o Fonajuc promoveu painéis, grupos temáticos e conferências que abordaram temas como juiz de garantias, execução penal, sistemas de audiência digital, justiça restaurativa e a utilização de ferramentas tecnológicas para o enfrentamento ao crime organizado. A troca de experiências entre magistrados de diferentes regiões do país consolidou o evento como um dos principais fóruns de discussão e construção coletiva de soluções para o sistema de justiça criminal brasileiro.

Para o presidente do TJGO, foi uma satisfação receber em Goiânia a 8ª edição do Fonajuc. Ele destacou que a criminalidade organizada deixou de ter o espaço físico como única fronteira e se reinventa no ambiente digital. “O Fórum é parte dessa construção de debates que ampliam nossa capacidade de enfrentar as complexidades do crime contemporâneo sem abrir mão das garantias constitucionais”, afirmou, mencionando ainda a construção do novo fórum criminal da capital.

Presidente do Fonajuc, a juíza Érika Silveira de Moraes, encerrou a abertura ressaltando o momento desafiador. “Vivemos avanços tecnológicos e crescimento da criminalidade. A sociedade cobra uma atuação firme e equilibrada da Justiça criminal. É nesses encontros que conseguimos desenvolver práticas para aprimorar nosso trabalho”, afirmou, destacando que esta é a terceira edição sob sua liderança.



A programação foi aberta com a palestra “Insurgência Criminal e Controle Territorial”, do coronel do Exército Alessandro Visacro, que traçou um panorama nacional e internacional sobre a atuação de grupos criminosos em busca de "zonas livres do Estado".