A busca pela carreira da magistratura mobilizou, durante toda a última semana, 776 candidatos de 22 estados do Brasil e do Distrito Federal. Eles realizaram as provas escritas do concurso público para provimento de cargos de juiz de direito substituto de Minas Gerais, regido pelo Edital 01/2009. Do total de candidatos, 645 têm de 25 a 35 anos. As provas foram realizadas no Centro Universitário Una – Campus Barro Preto.
Coordenado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), esse concurso trouxe inovações. Dentre elas, a realização das provas somente no turno da manhã, com exceção do sábado, e a identificação do candidato nos cadernos de provas por código de barra. Para a diretora Mônica Sá, da Diretoria Executiva de Desenvolvimento de Pessoas (Dirdep), a nova modalidade proporciona maior tranquilidade para os candidatos, ao aliviá-los no período da tarde. Nos outros concursos, as provas se concentravam nos dois turnos, acarretando um desgaste maior. “No entanto, a mudança, com seus prós e contras, será avaliada”, ponderou.
Os candidatos realizaram provas de sete disciplinas - Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Empresarial, Direito Constitucional e Direito Administrativo. A primeira fase do concurso prevê ainda as etapas de inscrição definitiva, entrevista e provas orais. Toda a elaboração e aplicação das provas é de responsabilidade do Tribunal de Justiça. Os candidatos aprovados participam da segunda fase, composta de apresentação e análise de títulos e do Curso de Formação para Ingresso na Carreira da Magistratura, realizado pela Ejef.
Infraestrutura
Dos candidatos participantes, 34 são portadores de necessidades especiais. Para atendê-los, toda uma infraestrutura foi preparada, incluindo, dentre outros recursos, o auxílio de transcritores e provas ampliadas. Cinco deles também fizeram as provas em uma sala separada. André Jonas de Campos, cadeirante, de Goiânia, elogiou a estrututura oferecida e o local das provas, de fácil acesso para quem vem de fora. É a primeira vez que ele presta o concurso em Minas e está confiante.
Dos 776 candidatos, 302 são de Minas Gerais, 126 de São Paulo, 49 do Rio de Janeiro, 32 do Distrito Federal, 29 da Bahia e 26 do Espírito Santo. Os outros vêm dos demais estados do Brasil. O desembargador Reynaldo Ximenes, 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, atribuiu o número expressivo de candidatos de outros estados à confiança no Judiciário mineiro e às condições oferecidas aos juízes que optam pelo Estado. Os concursandos percebem que não há resistência de Minas em receber profissionais de outros estados, destacou, lembrando que o TJ conta em seu quadro com atuantes e comprometidos magistrados de vários estados do Brasil.
Em busca do sonho
A distância não foi empecilho para Maria da Conceição Paulino Jácome, da Paraíba. Advogada, é a primeira vez que presta o concurso em Minas. Ela destacou a escolha do local das provas e a organização do concurso. Para o mineiro Gilberto Tércio Lopes, que também presta o concurso pela primeira vez, a realização das provas no período da manhã permitiu aos candidatos recuperar o fôlego para o dia seguinte. Ele elogiou a qualidade das provas, elaboradas de forma a valorizar quem realmente estudou. Para o paulista de São José do Rio Preto, Márcio Rogério Martins, a procura por Minas se deve à proximidade do seu estado. Confiante, ele falou do desejo de ingressar na carreira da magistratura. O servidor do Judiciário, Cláudio Pinho do Pilar, também aprovou a realização das provas no turno da manhã: “Como trabalho à tarde, foi possível conciliar as duas atividades”.
Os candidatos concorrem a 45 vagas, previstas no edital, além das que, porventura, surgirem até a realização da prova oral. Compete à Comissão Examinadora do Concurso, presidida pelo presidente do TJ, desembargador Sérgio Resende, e composta por seis desembargadores e um representante da OAB, a correção das provas.
Fonte: TJMG