Mais de 74% dos americanos são a favor da instalação de câmeras na Suprema Corte dos EUA, para transmitir ao vivo as audiências ao público. E quase 72% querem que a transmissão ao vivo seja feita pela Internet ou por rádio, de acordo com pesquisa feita pela McLaughlin and Associates em agosto, com mil entrevistados.
Essa pesquisa confirma o que duas outras revelaram recentemente: pelo menos sete em cada dez americanos são a favor da transmissão, porque esperam mais transparência da corte. Em abril, uma pesquisa da Greenberg Quinlan Rosner Research for Democracy Corps mostrou que 71% dos americanos apoiam a proposta. Em 2013, uma pesquisa da Fox News descobriu que 77% dos eleitores registrados têm a mesma opinião.
Diversos tribunais do país vêm testando o uso de câmeras nas salas de audiência já há algum tempo — e também a transmissão de áudio ao vivo, de acesso limitado. Porém, os ministros da Suprema Corte resistem à ideia, normalmente com o argumento de que os “holofotes públicos” podem afetar a atuação dos ministros e dos advogados nas audiências.
A pesquisa também apurou que o desempenho da Suprema Corte continua em baixa na opinião pública: 58,7% têm uma visão negativa da corte e 34,9%, uma visão positiva; 54,1% dos entrevistados acham que os ministros decidem com base em opiniões pessoais e apenas 32,1% pensam que decidem com base em análises jurídicas.
Dos entrevistados, 85,9% apoiam a proposta de que os ministros da Suprema Corte se sujeitem ao código judicial de conduta. É um código de ética que os outros juízes federais são obrigados a seguir, mas os ministros da Suprema Corte, não.
No que se refere ao mandato dos ministros, 70,6% apoiam a proposta de abolição do atual mandato vitalício, em favor de um mandato fixo. Não há aposentadoria compulsória aos 70 anos, como no Brasil. A ministra Ruth Ginsburg, por exemplo, já tem 81 anos. Porém, 20,9% dos entrevistados preferem manter o status quo.
Uma variação dessa proposta é a de acabar com mandato vitalício, em troca de um mandato de 18 anos, escalonado de uma forma que um novo ministro seja nomeado a cada dois anos: 69,2% são a favor e 21,8%, contra.
A pesquisa é mais ampla. Mostra, por exemplo, que 42,3% dos americanos apoiam o governo Obama e 55,2% desaprovam (2,5% não responderam) — situação um pouco melhor que a dos ministros da Suprema Corte, na avaliação da opinião pública.
Fonte: Consultor Jurídico