Com a inauguração do primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) público de Minas Gerais, na manhã desta quinta-feira, a Fundação Hemominas dá um importante passo para a realização de transplantes de medula óssea.

Instalado na sede do Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio), em Lagoa Santa, o BSCUP é o serviço responsável pela obtenção, avaliação e disponibilização de sangue do cordão umbilical e placentário para uso terapêutico. Esse material é rico em células-tronco hematopoéticas, capazes de produzir os elementos fundamentais do sangue, que podem ser utilizadas para tratar pacientes com doenças hematológicas, como câncer das células sanguíneas e outras doenças em que há a necessidade de realização do transplante.

Sob a coordenação do Instituto Nacional do Câncer (INCA), ligado ao Ministério da Saúde, o BSCUP mineiro é o 13º banco a ser inaugurado no país e faz parte da Rede BrasilCord, sendo gerenciado pela Fundação do Câncer, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Doação de cordão umbilical

Os processos de captação e triagem clínica do potencial doador e a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário serão realizados, a princípio, nas maternidades do Ipsemg e do Hospital Sofia Feldman, que são parceiros da Hemominas nessa iniciativa. De acordo com informações da Fundação do Câncer, as doações só podem ser realizadas em hospitais conveniados, onde existem equipes treinadas para realizar a abordagem e acompanhamento da gestação, além da coleta do material no momento do nascimento do bebê.

As bolsas de sangue de cordão umbilical e placentário coletadas serão encaminhadas ao BSCUP, onde serão avaliadas e, as consideradas adequadas, processadas e armazenadas. As bolsas serão disponibilizadas para pacientes no Brasil e outros países que necessitem desse tipo de transplante, após a realização de testes de compatibilidade.

É importante salientar que, nos bancos públicos, as células coletadas não são reservadas exclusivamente para o doador ou sua família, podendo ser disponibilizadas para qualquer paciente que delas necessitar, dentro ou fora do país, desde que haja compatibilidade.

“A doação permite a esta família participar de um sistema que possibilita salvar uma vida e, ao mesmo tempo, se eventualmente precisar de um tratamento com células-tronco hematopoéticas, terá a chance de receber de outro doador. A grande maioria dos transplantes que utilizam as células-tronco de sangue de cordão é realizada com células armazenadas em bancos públicos, sendo que mais de 12.000 pacientes no mundo todo já foram tratados desta maneira. Nos bancos públicos brasileiros, os custos são cobertos pelo SUS”, explicou a coordenadora do Cetebio, Márcia Salomão.

A doação do cordão umbilical do recém-nascido para um banco público é voluntária, sigilosa e somente é realizada após a autorização materna e não traz nenhum prejuízo à saúde da mãe ou do bebê. “As unidades armazenadas ficam disponíveis para qualquer pessoa que precise de transplante de medula óssea e também podem ser utilizadas em pacientes com leucemia e outras doenças do sangue. Logo, quanto mais cordões armazenados, maior a quantidade de pessoas que podem ser beneficiadas”, afirmou o diretor Técnico-Científico da Fundação Hemominas, Fernando Valadares Basques.

Critérios para doação de sangue do cordão umbilical

- Mães com idade mínima de 18 anos e máxima de 37 anos
- Que estejam com mais de 35 semanas de gestação
- Que tenham feito pelo menos duas consultas de pré-natal
- Que não tenham tido problemas na gestação
- Que se encaixem nos demais critérios estabelecidos pelas normas técnicas vigentes

Fonte: Agência Minas