O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira que não há razão para substituir a atual diretoria da Petrobras, conforme sugeriu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Cardozo fez elogios à presidente da estatal, Graça Foster, e aos demais diretores, e afirmou que a empresa tem tomado medidas de combate à corrupção e escolherá até sexta-feira o diretor de compliance.
— A posição do governo é de que não há nenhuma razão objetiva para que os atuais gestores da Petrobras sejam afastados do comando da empresa — afirmou.
Cardozo contou ter conversado com Janot após a sugestão de troca da direção da estatal. Ele quis saber se o procurador tinha mais alguma informação que atestasse o envolvimento dos atuais diretores. Janot disse que não tinha informações.
O ministro da Justiça falou com a presidente Dilma, mas negou ter tocado no assunto. Disse ter procurado a Petrobras para levantar as informações antes de falar em nome do governo sobre o caso.
O ministro estava no mesmo evento que Janot pela manhã e na saída afirmou aos jornalistas que havia fortes indícios de corrupção na Petrobras e que a tarefa era apurar, punir e afastar quem não tivesse sido afastado. Ele ressaltou que não há nada nas investigações em relação a Graça Foster e os atuais diretores.
O ministro listou medidas tomadas pela companhia que serviriam ao combate à corrupção. Ele citou as comissões de apuração interna, a criação da diretoria de compliance e a colaboração com as investigações nos diferentes níveis. Afirmou ainda que Graça segue as determinações da presidente Dilma Rousseff.
Cardozo foi questionado se a declaração se estendia a Sérgio Machado, presidente da Transpetro, que está afastado. O ministro disse que se referia apenas à diretoria da Petrobras, que foi alvo do comentário de Janot. Ele não quis dizer se a mesma declaração de falta de indícios se estendia às subsidiárias.
O ministro afirmou ainda que a regulamentação da Lei Anticorrupção, que pune as empresas corruptoras, deve sair nos próximos dias, mas não quis precisar a data. Afirmou que o decreto está na fase de discussão entre os ministros e em breve deve ser encaminhado para a presidente.
Fonte: O Globo