O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministro Carlos Ayres recebeu nesta terça-feira (5) documento em que o ministro Eros Grau (foto) renuncia ao cargo de ministro efetivo da Corte.
Em carta encaminhada aos servidores de seu gabinete no TSE, o ministro Eros Grau afirmou: “passou o meu tempo no TSE. O Supremo me absorve. Estou convencido de que não posso dividir a minha fidelidade a ele com outro tribunal”. Disse também que deixa o cargo seguro de que cumpriu o seu dever com dignidade e corretamente e, por isso, sai com tranqüilidade.
Sua cadeira será ocupada provisoriamente pela ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha que é substituta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sessão
O ministro Ayres Britto comunicou a renúncia do ministro Eros Grau na abertura da sessão plenária de hoje e registrou em nome do tribunal o agradecimento pela “contribuição que o ministro Eros Grau emprestou aos nossos trabalhos com a sua experiência e o seu preparo reconhecido de jurista”.
O ministro Ricardo Lewandowski disse que recebe com pesar a notícia do afastamento e lembrou que Eros Grau também acabou de se aposentar da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) “depois de uma longa e profícua carreira acadêmica”. Agradeceu pelos relevantes serviços que ele prestou à Corte.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, representando o Ministério Público Eleitoral, também lamentou a renúncia, mas ressaltou que o ministro Eros Grau certamente refletiu antes de tomar a decisão e que todos devem respeitar. Assim, parabenizou o ministro por sua participação marcante no TSE que com “extrema dedicação exerceu o seu mister nesta Corte e sua passagem ficará marcada”.
Em nome dos advogados que atuam no TSE, o advogado Fernando Neves se referiu ao ministro Eros Grau como um magnífico exemplo de magistrado, sempre atento e principalmente atento com os advogados que recebeu em seu gabinete com paciência de ouvir cada um deles. “Fica aqui o registro da solidariedade”, disse.
História
Eros Grau tomou posse como ministro efetivo do TSE no dia 15 de maio de 2008 no lugar do ministro Marco Aurélio, que deixou o Tribunal depois de exercer a Presidência por dois anos. Ele é gaúcho de Santa Maria, mas viveu em Mato Grosso e no Rio Grande do Norte. Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, tornou-se livre docente e professor titular do Departamento de Direito Econômico e Financeiro da Faculdade de Direito daquela Universidade.
No exterior, foi professor visitante da Faculté de Droit da Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) durante o ano letivo de 2003-2004 e da Faculté de Droit da Université de Montpellier durante os anos letivos de 1996-1997 e 1997-1998. Exerceu a advocacia em São Paulo de 1963 até junho de 2004, quando foi nomeado ministro do STF pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
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Fonte: TSE