Segundo o assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), frei Gilvander Luís Moreira, a comissão expôs aos magistrados a situação de 12 mil famílias que vivem nas ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, em Belo Horizonte, e William Rosa e Emanuel Guarani Kaiowá, em Contagem. Todas elas já têm ordens de reintegração de posse e os moradores podem ser despejados a qualquer momento. "Eles nos ouviram atentamente por duas horas e meia e se comprometeram a encaminhar o pleito das ocupações para o presidente do TJMG, Joaquim Herculano Rodrigues"
Ainda conforme Gilvander Luís os desembargadores Cássio Azevedo Fontenelle, Renato César Jardim e Luiz Antonio Bernardino Alves Júnior. Durante a reunião eles teriam entrado em contato ainda com a juíza Luzia Divina de Paula Peixoto que faria parte de uma mesa de negociações sobre os processos de reintegração de posse dos terrenos junto aos governos estadual e municipal de Contagem, Santa Luzia e Belo Horizonte.
Os moradores das ocupações reivindicam a suspensão das ordens de reintegração de posse e a instauração de um processo de conciliação presidido pela 3ª Vice-Presidência do TJMG. "Os juízes ficaram de nos dar uma resposta sobre nosso pleito em um prazo breve, mas não falaram em datas", disse o representante do CPT. Ainda segundo ele, as liminares que determinam o despejo das famílias são inconstitucionais.
"Este é um conflito social muito grave e a saída das famílias tem que ser resultado de uma negociação política e justa, jamais com repressão. Se a Justiça insistir em cumprir os despejos estarão proporcionando um verdadeiro massacre e levando caos a Belo Horizonte e Contagem", completou.
Na manhã desta quinta-feira, moradores das ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória saíram em caminhada até a sede do TJMG, na rua Goiás, Centro de BH. Já integrantes das William Rosa e Emanuel Guarani Kaiowá vieram de Contagem e se encontraram com as demais famílias. Por causa do ato, o trânsito ficou completamente congestionado na região Central. Os manifestantes fecharam a avenida Afonso Pena e a rua Goiás.
Fonte: Hoje em Dia