CARACAS - Hugo Chávez, o tenente-coronel reformado que governou a Venezuela por quase 13 anos projetando uma imagem de invencibilidade no comando de sua revolução bolivariana, não conseguiu vencer a batalha contra o câncer e morreu nesta terça-feira (5) aos 58 anos.
Líder inconteste desde que chegou à Presidência da Venezuela em 1999 e influente ator na região, Chávez morreu antes de tomar posse, prevista para 10 de janeiro após a sua terceira reeleição consecutiva na eleição presidencial de outubro de 2012.
O presidente sempre confiou em sua recuperação e tinha como objetivo governar a Venezuela até 2030 para continuar aprofundando o que batizou como "socialismo do século XXI" neste país com as maiores reservas de petróleo do mundo.
Com um grande domínio dos meios de comunicação e uma energia transbordante, Chávez se tornou onipresente na vida dos venezuelanos. Seduzia com seu carisma e desafiava constantemente seus opositores, que apenas em poucas ocasiões conseguiram derrotá-lo nas urnas.
O presidente começou a gerar sua revolução em 1982, quando, em um encontro privado com um grupo de companheiros de armas, jurou "não descansar até ver rompidas as correntes que oprimem o povo pela vontade dos poderosos".
Em 4 de fevereiro de 1992, liderou um fracassado golpe de Estado contra o então presidente Carlos Andrés Pérez, que o colocou na prisão, mas também o transformou num personagem popular para todos os venezuelanos, cansados de um sistema político com dois grandes partidos desgastados.
"Companheiros: lamentavelmente, por ora, os objetivos a que nos propomos não foram obtidos nesta cidade capital", declarou naquele dia à televisão o jovem Chávez, convocando seus camaradas a depor das armas, mas deixando entrever, ao mesmo tempo, uma promessa de mudança que marcou muitos venezuelanos.
Em 1994, ele se aposentou e saiu da prisão graças ao então presidente Rafael Caldera. Quatro anos depois, venceu suas primeiras eleições.
Alheio aos que o chamavam de déspota, tirano ou populista, Chávez se considerou protagonista de uma segunda independência da Venezuela e reviveu o culto ao libertador Simón Bolívar, com quem se identificou.
Além do ideário bolivariano, Chávez abraçou os ensinamentos de seu mentor, o líder comunista cubano Fidel Castro, o que não o impediu de proclamar sua fé em Jesus Cristo, o "primeiro socialista da história", segundo ele.
Esta ideologia eclética se traduziu na questão econômica em uma reestatização das indústrias básicas, em um controle majoritário por parte do Estado da exploração petroleira em empresas mistas, em reforma agrária estatal e experimentos frustrados de cooperativas e autogestão.
Na política, fundou o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cujos quadros foram formados em Cuba, ideologizou as Forças Armadas e criou as milícias.
Seu discurso radical, frequentemente excludente, provocador e rude, não deixava ninguém indiferente e fomentou uma polarização da sociedade venezuelana, hoje literalmente dividida em dois.
Como corolário de gigantescas manifestações contra ele, Chávez foi deposto durante algumas horas por um golpe da cúpula militar em 2002, e devolvido ao poder por militares leais e multidões entusiasmadas.
No ano seguinte, sofreu uma extensa greve petroleira que atingiu as finanças do país.
Implacável com seus opositores, decidiu então que quem não estava com ele estava contra ele, e retomou de Fidel Castro as bandeiras de inimigo obstinado dos Estados Unidos.
No entanto, foi suficientemente pragmático para manter seu calendário de eleições e referendos e para seguir enviando um milhão de barris diários de petróleo aos Estados Unidos.
Chávez governou de forma pouco convencional, misturando seu olfato político e o ensino militar, delegando poderes apenas a um pequeno grupo de colaboradores, do qual talvez saia seu herdeiro político.
Seu chanceler e vice-presidente, Nicolás Maduro, foi apontado como seu sucessor.
Definido por Chávez como "um revolucionário por completo, um homem com muita experiência, apesar de sua juventude", Maduro foi designado pelo líder venezuelano para sucedê-lo em 9 de dezembro de 2012.
Não será uma tarefa difícil substituir Chávez, que quase 13 anos após ser eleito presidente mantinha uma popularidade alta.
Ao morrer, Chávez concentrava um grande poder em suas mãos. Era presidente, comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do PSUV. Além disso, seus partidários controlam a maioria parlamentar e ostentam uma maioria no Supremo Tribunal de Justiça.
Para além das fronteiras, o presidente venezuelano é o componente mais radical e irreverente de um grupo de governos de esquerda latino-americanos que chegaram ao poder nos últimos anos. Selou uma aliança estratégica com Cuba, com quem aprofundou a integração econômica e política, e chegou a considerar a ideia de unir ambos os países em uma federação, enterrada por sua derrota na tentativa de realizar uma reforma constitucional em 2007.
Após o golpe de 2002, Fidel Castro forneceu milhares de médicos, agrônomos, assessores militares e militantes a Chávez para montar as chamadas "missões" sociais que lhe permitiram se agarrar ao poder. Este, por sua vez, se tornou o salvador de uma Cuba frágil após a queda da União Soviética, com o fornecimento de petróleo e ajuda econômica. Fidel também supervisionou o tratamento médico de Chávez em Cuba.
Forte com seus petrodólares, Chávez criou iniciativas regionais como o grupo de integração econômica e coordenação política Aliança Bolivariana das Américas (ALBA), integrada por Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e ilhas caribenhas anglófonas, assim como o Petrocaribe, de subsídios petroleiros.
Foi impulsionador de organismos de integração como a União Sul-Americana e teceu alianças com países como Rússia, China, Irã e a Líbia de Muamar Kadhafi.
"Ao longo de minha vida cometi o erro fundamental de descuidar da saúde", admitiu no fim de junho de 2012, quando informou em Havana que sofria de câncer.
Filho de dois professores de educação primária e criado por sua avó materna, Chávez cresceu na localidade de Sabaneta, estado de Barinas (sudoeste), e foi criado por sua avó paterna. Casou-se e se divorciou duas vezes, e teve quatro filhos, duas mulheres e um homem do primeiro casamento e uma menina do segundo.
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