Guarujá, por exemplo, vem pagando 2,27% de sua receita em precatórios e o TJ-SP decidiu que a cidade deverá aumentar este índice para 3,67%, no próximo mês de agosto, o que inviabilizará as contas do município, já que não estava previsto em seu orçamento anual um reajuste no pagamento de suas dívidas.
“Estamos buscando uma modulação sem inviabilizar nossos orçamentos e nossos serviços, que atenda os municípios de pequeno, médio e grande porte, porque muitas vezes a realidade de um é diferente da do outro. Há algumas propostas como estabelecer um percentual mínimo; de se usar dívidas não tributáveis, mas estamos amadurecendo essas ideias”, declarou Antonieta, que é vice-presidente para Assuntos Financeiros da FNP. De acordo com ela, a Frente está buscando a conciliação levando em conta a realidade de cada município.
O presidente do TJ-SP, Ivan Sartori, abriu espaço para novas discussões. “Vamos marcar reuniões periódicas para ver o que o Tribunal de Justiça pode fazer pelas prefeituras. Já marcamos uma nova reunião com o Diretor do Departamento de Precatórios, desembargador Pedro Cauby Pires de Araújo, pois entendemos que as prefeituras estão numa situação muito difícil. Mas eu acredito que chegaremos a um índice e a uma solução favorável às prefeituras e aos credores também”, afirmou.
Outro ponto importante tratado na reunião foi a necessidade de se agilizar as desapropriações de interesse público. “Chegamos a perder seis a sete meses, para construir um hospital, uma creche e novas moradias. É muito tempo perdido”, explicou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que também é vice-presidente nacional da Frente. Sobre este assunto Sartori disse que o TJ-SP também vai abrir novas reuniões para encontrar uma solução que venha ao encontro dos anseios dos prefeitos e da população.
Revista Consultor Jurídico, 15 de julho de 2013