A nova Ministra do STF, Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, irá tomar posse no cargo na próxima segunda-feira (19), às 10h, na sede do Supremo. Ele teve seu nome aprovado pelo Senado na terça (13), com 57 votos a favor, 14 contra e uma abstenção. Ela substitui Ellen Gracie, que se aposentou em agosto passado.

O Presidente da AMB, Nelson Calandra, classificou sua indicação e aprovação como a segunda vitória da AMB, pela chegada de mais um Magistrado de carreira na Corte mais importante do País. O primeiro foi Luiz Fux, escolhido para substituir Eros Grau. Desde que tomou posse, há um ano, Calandra vem defendendo a nomeação de Juízes de carreira, por meio da campanha de valorização da Magistratura.

“A Juíza é uma profissional com uma carreira dedicada ao estudo e ao trabalho, portanto, uma pessoa amplamente qualificada para ocupar o cargo de Ministra do Supremo Tribunal Federal. Sem dúvida, o fato de ser uma Juíza de carreira, vai fortalecer ainda mais a Corte”, disse Calandra, pontuando que o País só tem a ganhar com sua trajetória, humildade e competência.

Rosa Maria Weber Candiota da Rosa nasceu em Porto Alegre, em 1948. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1971, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com conclusão em primeiro lugar e como aluna laureada. Ingressou na Magistratura em 1976, quando se tornou Juíza do Trabalho. Em 1991, foi promovida, por merecimento, ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região. Em 2006, tomou posse no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Currículo

Vários senadores saíram em defesa da indicada. Marta Suplicy (PT-SP) declarou que Rosa Weber é "extremamente preparada", com um currículo "louvável", e tem qualidades desejáveis para todas as cortes do País. Segundo Marta, a Ministra pode não ter respondido a algumas questões na sabatina, mas o mesmo poderia ter ocorrido a qualquer jurista. A Senadora afirmou que, além disso, a aprovação da indicada seria um orgulho para todas as mulheres.

Pedro Simon elogiou a postura exigente, tanto de Pedro Taques, quanto de Demóstenes Torres, quanto à aprovação de um nome para o Supremo. O Senador chegou a lembrar a escolha de José Antônio Dias Toffoli, que não passou em concurso para Juiz, mas em 2009 foi escolhido e aprovado para ser Ministro do Supremo.

Simon também reconheceu que a indicada foi mal na sabatina da CCJ - ela estaria tensa e teria se mostrado tímida naquele momento -, mas defendeu de forma veemente a indicação da Ministra, a quem disse conhecer há muitos anos. Ele mencionou o extenso currículo de Rosa Maria Weber, assim como sua biografia, história e sensibilidade social.

- Ela dará espírito novo ao Supremo. Voto a favor. Pelos meus 80 anos de vida e 30 anos de Senado, dou meu testemunho. Eu a conheço e será grande ministra. Vossas Excelências não se arrependerão dos seus votos - disse Simon, argumentando que até mesmo Demóstenes Torres poderia deixar de responder a alguma das perguntas de Pedro Taques na sabatina da CCJ.
Humildade

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), por sua vez, enxergou em Rosa Maria Weber, além de grande conhecimento jurídico, um apurado entendimento do "espírito da lei". Crivella também destacou as virtudes femininas e elogiou a humildade da Ministra, considerando-a preparada para enfrentar os grandes desafios do STF.

Também manifestaram apoio à indicada os Senadores José Pimentel (PT-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Wellington Dias (PT-PI) e Ivo Cassol (PP-RO). José Pimentel recomendou o voto favorável de seu partido e afirmou que o saber jurídico de Rosa Maria Weber já teria ficado claro quando seu nome foi aprovado como ministra do TST. Romero Jucá, relator da indicação na CCJ, voltou a afirmar que Rosa Maria Weber é plenamente preparada. Cassol concordou, dizendo, a respeito de eventuais falhas na CCJ, que "só Deus sabe tudo".

Em seguida ao anúncio do resultado da votação, Marinor Brito (PSOL-PA), Sérgio Souza (PMDB-PR), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) parabenizaram a nova Ministra do Supremo.


* Com informações Paulo Cezar Barreto - Agência Senado
Fonte: AMB