O início da quarentena e todas as medidas que foram tomadas com ela pegaram praticamente o mundo inteiro de surpresa. Com os novos juízes, que tomaram posse no início deste ano no TJMG, não foi diferente. Eles haviam iniciado o Curso de Formação Inicial (CFI) da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) em fevereiro e, pouco tempo depois, por conta da pandemia, tiveram que interromper o curso por força de resolução da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).  O documento suspendeu os cursos de formação inicial em andamento e determinou que eles sejam retomados quando conclusa a quarentena estabelecida por cada Tribunal para evitar a propagação da Covid-19.

Os magistrados foram então designados pela Presidência do TJMG para atuar, através do Projeto Pontualidade, prolatando sentenças com o objetivo de agilizar a prestação jurisdicional em regime de cooperação nas unidades jurisdicionais da Justiça de Primeiro Grau do Estado de Minas Gerais que apresentem elevado acervo processual. Antes, ainda pela Ejef, eles estavam atuando no mesmo projeto, com o auxílio dos tutores da Escola. Pela designação da Presidência, eles receberam mais processos para, através do Pontualidade, prolatar sentenças para diversas comarcas mineiras.

Da teoria, eles passaram a exercer a parte prática na carreira em um momento histórico, o que, de acordo com eles, tem servido de grande aprendizado. “Estamos vivendo um momento muito crítico em todo o mundo. Mas ao mesmo tempo, para nós, que tomamos posse este ano na carreira, tem sido muito engrandecedor na medida em que podemos contribuir na prática prolatando sentenças por designação da Presidência e com o auxílio, sempre que necessário, dos nossos orientadores da Ejef”, afirma a juíza Vaneska de Araújo Leite.

Juíza Vaneska de Araújo Leite

De acordo com ela, a suspensão do curso foi uma grande surpresa, mas, ao mesmo tempo, atuar no projeto Pontualidade tem sido muito enriquecedor para carreira. Trabalhando em home office, a magistrada está cooperando com a Comarca de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O juiz Otávio Scaloppe Nevony faz parte da turma dos novos juízes e compartilha da opinião da colega. De acordo com ele, a atuação no projeto Pontualidade tem sido muito positiva e permite que os novos juízes tenham um contato maior com a carreira. “Aplicar na prática tudo o que conseguimos absorver no início do curso tem sido muito positivo e realizador. Estudamos muito para isso e estamos agora aplicando a Justiça no caso concreto”, disse o magistrado, destacando também a frustração com a suspensão do curso. “Ficamos sentidos com a interrupção do curso, que é de extrema importância na carreira, mas foi por motivo de força maior. Então, o sentimento é de alegria em poder contribuir, ainda que em uma situação adversa”, disse.

Juiz Otávio Scaloppe Nevony

 

Otávio Scaloppe atua cooperando com processos em diversas comarcas, entre elas Juiz de Fora, Cataguases, Lagoa Santa, Sete Lagoas e Monte Carmelo. Ele também tem desenvolvido o trabalho remotamente. “É muito gratificante para nós juízes perceber o zelo e o cuidado que a Ejef tem com a nossa preparação. E essa gratidão se estende, agora, com a atenção da Presidência na nossa designação”, disse o juiz Otávio Scaloppe.