A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Itaúna recebeu, em 10 de abril, a visita de 25 alunos do 12º Curso de Formação Inicial de Juízes Substitutos, ministrado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Acompanhados de dois recuperandos, os novos juízes fizeram uma visita técnica à entidade, quando puderam conhecer de perto como funciona a metodologia apaquiana.
Na oportunidade, o juiz da Vara de Execução Criminal da comarca de Itaúna, Paulo Antônio de Carvalho, falou sobre a importância dos juízes para o trabalho das Apacs e compartilhou suas experiências com o método; o presidente da Apac de Itaúna, Evangelista Lopes Silva, deu as boas-vindas aos novos magistrados, e o diretor-executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), Valdeci Antônio Ferreira, falou sobre sua trajetória no trabalho com apenados. Ele explicou que a Fbac é parceira do Tribunal de Justiça e colocou-se à disposição para contribuir no que for possível.
Ao final da visita, da qual participaram também as coordenadoras de Formação Inicial da Ejef, Francielle Carolina Sabadini de Menezes e Carolina Portugal, os recuperandos do regime fechado fizeram uma apresentação musical, cantando algumas canções, e ofertaram às mulheres rosas vermelhas.
Aluna do curso de formação, a juíza Luciana, contou que se surpreendeu positivamente com o que viu na Apac: “A estrutura é muito melhor que imaginei. Os recuperandos parecem pessoas comprometidas, com autoestima bem trabalhada. Acho que, quando conseguirem a liberdade, terão muito mais condições de se ressocializar e não retornarem para o crime”, disse. De acordo com a magistrada, a Apac é tudo aquilo que a Constituição Federal desejou para o sistema carcerário: dignidade, respeito e trabalho voltado para a ressocialização. “Fiquei muito honrada de conhecer a entidade e gostaria de parabenizar toda a equipe”, concluiu.
Para outro aluno do curso, o juiz Cleiton, a Apac talvez seja a solução para o cenário atual do sistema carcerário. “A impressão que eu tive, durante a visita, é que é possível ter esperança na ressocialização do ser humano. É um sistema que busca humanizar ao máximo o cumprimento da pena e não apenas punir o criminoso, como ordinariamente acontece no sistema prisional comum. Aqui, as pessoas têm toda uma estrutura, todo um aparato para se reencontrar como pessoa e como cidadão, construindo uma consciência de responsabilidade e disciplina”, disse.
Fonte: TJMG