(Dedicamos este artigo a Dilma Roussef)
Entender o papel atual das mulheres na sociedade é uma das mais importantes questões, não só pelo fato de elas comporem a metade da população mundial, como também porque, como alguém já disse, não há como falar-se em Direitos Humanos sem se tratar do problema do tratamento desigual dado elas.
A verdade é que grande parte dos homens ainda as vê como objeto de desejo sexual, visando, instintivamente, a manutenção da espécie.
Com isso, procuram mantê-las, com palavras e gestos sedutores, sob seu domínio no que pertine à independência financeira, mola mestra da sociedade patrimonialista.
Enquanto as mulheres não se conscientizarem de que precisam estudar e trabalhar em busca da autonomia financeira, desempenharão basicamente os papéis de mães, logo caminhando para a frustração, ou amantes, desprezadas na proporção em que lhes decresce a beleza.
Poucos homens lhes facilitam o caminho para a almejada igualdade, enquanto que elas próprias costumam guerrear-se reciprocamente visando alcançar as poucas posições de destaque, muitas vezes à custa de sedução junto aos homens entusiasmados com o charme que essas poucas utilizam habilmente.
Afirmar estas verdades é um tanto constrangedor, mas é necessário para a mudança que deverá ir ocorrendo gradativamente.
A quase obrigatoriedade do casamento como garantia de sobrevivência deve ser descartada, uma vez que se deve pensar mais em adquirir a autonomia pelo trabalho do que em escorar-se no apoio incerto de um cônjuge, que pode, a qualquer momento, romper a vida em comum, deixando-a sem perspectiva de sobrevivência.
Escolher a profissão certa é uma questão individual, variando de pessoa para pessoa, segundo suas tendências vocacionais: o importante é que realmente haja dedicação e qualidade na profissão escolhida.
As novas gerações já devem surgir com uma mentalidade mais esclarecida que as precedentes, começando pelas adolescentes conscientizadas de que mais importante que serem bonecas ambulantes é terem objetivos de vida definidos para a vida adulta plena de realizações.
Os pais devem informar suas filhas sobre essas questões, trabalhando para prepará-las para os novos tempos.
Infelizmente, a Escola ainda se propõe apenas a desenvolver o raciocínio e a memória dos alunos, sem maior comprometimento com seu crescimento como seres humanos. Deveria investir na realização da igualdade, para uma sociedade mais justa e democrática.
Infelizmente, poucos trabalham conscientemente para que tal aconteça, ficando a maioria restrita à procura do sucesso pessoal e do grupo familiar.
É necessário inserir-se as mulheres nas grandes Causas Sociais, pois elas, por índole, têm mais abertura para esse tipo de investimento.
A atuação das mulheres na sociedade deve passar do individualismo e do fechado e acanhado círculo familiar para a grande arena das realizações coletivas.
A própria eleição de Dilma Roussef é o sinal dos novos tempos para a sociedade e as mulheres brasileiras.
Autores: Juiz Luiz Guilherme Marques e Marisa Machado Alves dos Santos.