O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) inaugurou, nesta sexta-feira, 21 de março, a nova sede do Programa de Formação Continuada Orquestra Jovem e Coral Infantojuvenil. O espaço, localizado no Edifício Tancredo Neves, conhecido como "Rainha da Sucata", no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, representa um marco significativo para a Corte Mineira. A solenidade contou com a presença do presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, magistrados, autoridades estaduais e municipais, servidores, colaboradores e familiares dos participantes do programa. Também prestigiaram a cerimônia a presidente da Amagis, juíza Rosimere Couto, o vice-presidente administrativo, juiz Jair Francisco dos Santos, e o vice-presidente financeiro, desembargador Fábio Torres de Sousa.
O prédio "Rainha da Sucata" passa a abrigar um programa que atende mais de 400 alunos. Durante a solenidade, os presentes assistiram a apresentações musicais dos integrantes do Coral e da Orquestra, que demonstraram talento e dedicação.
Em seu discurso, o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, ressaltou a importância do projeto para a inclusão social e a transformação de vidas. "Esse projeto, que tanto nos orgulha, foi criado em 2011, há quase 15 anos. Idealizado pelo desembargador Wagner Wilson Ferreira, a iniciativa reforça o compromisso do Judiciário mineiro com as políticas públicas de proteção e respeito à infância e à adolescência. Nosso objetivo é oferecer formação musical completa, incluindo ensino de instrumentos, canto, leitura de partituras e performance de palco. Mas, mais do que isso, promovemos resgate da cidadania, inclusão social e protagonismo juvenil", destacou.
O magistrado ressaltou o impacto positivo da iniciativa ao longo dos anos. "Desde o seu início, cerca de 2 mil crianças e adolescentes já passaram pelo projeto. Atualmente, 420 meninos e meninas são atendidos, muitos deles em situação de vulnerabilidade social”, disse. O presidente também celebrou que, a partir de agora, o projeto estará abrigado em um local correspondente à sua grandiosidade. “Vamos ocupar, a partir de agora, um dos endereços mais emblemáticos dessa bela e querida cidade de Belo Horizonte. Estamos, belisque-se quem não acreditar, na Praça da Liberdade. É aqui que pulsa o coração da nossa cidade, em relação a esse local, temos desmedido orgulho. Esse endereço simbólico permitirá maior visibilidade ao projeto e oferecerá aos alunos novas oportunidades de interação cultural", afirmou.
Durante a cerimônia, o desembargador Wagner Wilson Ferreira, coordenador do projeto, destacou a relevância da iniciativa e o impacto positivo gerado na vida dos participantes. “Hoje é um dia de celebração, mas também de reflexão. Refletimos sobre o impacto do programa na vida de tantas crianças e jovens. Muitos enfrentam situações de abandono, negligência e falta de recursos, comprometendo seu desenvolvimento saudável e digno”, afirmou o magistrado.
O programa, que funcionava com estrutura limitada, ganha agora um espaço amplo e adequado para atender os alunos. Para o desembargador, a nova sede representa um marco na consolidação da iniciativa como agente de transformação social. “A música tem o poder de transformar a realidade, dar voz a quem muitas vezes é silenciado e criar oportunidades para um futuro melhor. Mais do que aprendizado musical, fortalecemos valores como disciplina, trabalho em equipe, autoestima e resiliência”, ressaltou.
De acordo com o desembargador, a nova sede simboliza mais do que um local de ensaio. “Esse prédio não é apenas um novo espaço físico, mas um local onde serão escritas novas histórias de superação e sucesso. Vocês, crianças e jovens, são a razão de tudo isso. Suas histórias nos inspiram, suas forças nos motivam e suas transformações nos emocionam”, concluiu o desembargador Wagner Wilson Ferreira.
Para a maestrina e coordenadora pedagógica da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil do TJMG, Luciene Villani, o projeto já colheu frutos extraordinários e tem impactado diretamente centenas de crianças e adolescentes, formando músicos profissionais, professores e cidadãos preparados para novos desafios. Ela se lembra da recente aprovação de cinco alunos no vestibular de música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), prova concreta do sucesso da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil.
A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreira, destacou a importância histórica da inauguração da nova sede. “É muito bonito ver uma equipe completamente apaixonada pelo que faz. Quero parabenizar todo este esforço coletivo para melhorar ainda mais o Coral e a Orquestra do TJMG. Precisamos dar oportunidade e ampliar o acesso à cultura. E este programa é exemplar, pois ao longo da sua história gerou oportunidade para muitos jovens”, disse a secretária.
Ao final da solenidade de inauguração, a maestrina Luciene Villani, comandou interpretação de várias músicas do folclore de Minas Gerais e do Brasil, atraindo a atenção não apenas dos que acompanharam o evento, mas sobretudo de quem passava pela Praça da Liberdade e foi atraído pelo som da Orquestra e do Coral.
Presenças
Estiveram presentes na solenidade de inauguração, o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior; o coordenador da Orquestra Jovem e do Coral InfantoJuvenil do TJMG, desembargador Wagner Wilson Ferreira; o 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Marcos Lincoln dos Santos; o 2º vice-presidente, desembargador Saulo Versiani Penna; o 3º vice-presidente, desembargador Rogério Medeiros; o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desembargador Estevão Lucchesi de Carvalho; a vice-corregedora geral de Justiça, desembargadora Kárin Emmerich; o superintendente administrativo adjunto do TJMG, desembargador Vicente de Oliveira Silva; os ex-presidentes do Tribunal, desembargadores José Arthur de Carvalho Pereira Filho e Pedro Bittencourt; a presidente da Associação dos Magistrados Mineiros, juíza Rosimere das Graças do Couto; o diretor do foro da Comarca de Belo Horizonte, Sérgio Henrique Fernandes; a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras; e a maestrina e coordenadora pedagógica da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil do TJMG, Luciene Villani; além de representantes do Ministério Público, desembargadores, juízes, autoridades da área cultural, parentes e amigos dos integrantes do Coral e da Orquestra.
Sobre o Coral
O Coral Infantojuvenil e a Orquestra Jovem do TJMG foram criados em 2011, com apenas 20 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Atualmente o Programa conta com mais de 400 participantes e cerca de 50 colaboradores. Os integrantes são meninas e meninos em situação de vulnerabilidade social, com idade entre seis e 18 anos, que vivem em abrigos e comunidades de Belo Horizonte e da Região Metropolitana.
Eles têm aulas de iniciação musical, canto coral, prática de orquestra, percussão e instrumentos variados, como viola, violão, violoncelo, flauta, piano e teclado. O objetivo da iniciativa é educar por meio de metodologias que promovam o desenvolvimento artístico e humano.
A Orquestra Jovem e o Coral Infantojuvenil do TJMG contribuem também para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais dos alunos, como autodisciplina, concentração, sensibilidade e perseverança. Como parte da iniciativa, destacam-se ainda a parceria que é estabelecida com as famílias e as atividades extracurriculares, que oferecem o acesso a espetáculos e às demais manifestações artísticas.
“Rainha da Sucata”
Inaugurado em 1990, o prédio tem estilo pós-moderno e foi projetado pelos arquitetos mineiros Éolo Maia (já falecido) e Sylvio de Podestá. O "Rainha da Sucata" pertence ao Estado de Minas Gerais e foi vinculado oficialmente ao Judiciário estadual em novembro do ano passado, por meio da assinatura de um Termo de Vinculação.