A edição do ciclo "Mulheres que inspiram pessoas e que superam os desafios da atualidade", promovido pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, apresentou palestra virtual, nesta quinta-feira (24/2), com a temática “Mulheres na Semana de Arte Moderna de 1922: arte, vidas e histórias” .
Assista abaixo:
A expositora do tema foi a juíza do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais Daniela de Freitas Marques, mestre e doutora em Ciências Penais. O juiz aposentado Fernando Humberto dos Santos atuou na palestra virtual como mediador.
A juíza Daniela de Freitas Marques iniciou a palestra dizendo que, no início do século XX, as mulheres tinham um papel tímido ao estimular movimentos culturais. As mulheres, nesse período, não eram consideradas revolucionárias e buscavam ocupar espaços de forma branda, sem questionamentos efusivos à sua posição na sociedade.
A expositora afirmou que a Semana de Arte Moderna trouxe uma sensação de ruptura de tradições, mas a participação da mulher naquele evento não recebeu o destaque necessário. Poucas mulheres aderiram intensamente ao movimento modernista. As artistas visuais Anita Malfatti, Gomide Graz e Zina Aita e a pianista Guiomar Novaes foram algumas das poucas que conseguiram espaço de manifestação de seus trabalhos.
Havia no período, ainda segundo a juíza Daniela de Freitas Marques, contraponto à participação efetiva da mulher na cultura. Tanto que que foi criada, na época, a revista Feminina, que “disseminava a feminilidade sagrada e oferecia uma literatura que contribuía para a educação doméstica”.
A palestrante considera, contudo, que a Semana de Arte Moderna foi um marco em sua época por contestar a realidade do momento. E hoje, passados cem anos, disse ela, talvez seja hora de refazer questionamentos em diversos campos, seja na arte seja no direito.
Quanto à mulher, a expositora destaca que, “muitas vezes, nos apegamos a fragmentos de visões de mundo e não olhamos para a frente, com uma visão do todo, para construirmos nossa história”.
O juiz aposentado Fernando Humberto dos Santos também afirmou que a Semana de Arte Moderna foi um marco para a época. Para ele, porém, é muito mais importante nos tempos atuais, por mostrar às pessoas a possibilidade de romper tradições.
A palestra foi aberta pelo 2º vice-presidente do TJMG, desembargador Tiago Pinto, e pela superintendente adjunta da Ejef, desembargadora Mariangela Meyer. O vice-corregedor-geral de Justiça, desembargador Edison Feital Leite, e o presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), juiz Luiz Carlos Rezende e Santos — filho do juiz aposentado Fernando Humberto dos Santos, mediador do evento —, compuseram a mesa virtual.
Fonte: Assessoria de Comunicação do TJMG