Integrantes do Programa Conhecendo o Judiciário, em parceria com a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), promoveram palestra para estudantes do 1.º ao 3.º ano da Escola Estadual Lúcio dos Santos, em Belo Horizonte (MG). A iniciativa, que aconteceu na última quinta-feira, 13 de março, integra atividades do TJMG na 29.ª Semana Justiça Pela Paz em Casa, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O palestrante foi o juiz Marcelo Gonçalves de Paula, do 2.º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Belo Horizonte. O magistrado apresentou reflexões sobre a importância da prevenção e combate à violência doméstica. Segundo ele, levar esse tema para os jovens é fundamental para promover uma cultura de respeito e igualdade, além de desconstruir conceitos prejudiciais sobre masculinidade. “A importância do magistrado ou da magistrada de levar o tema da violência doméstica para jovens é prevenir e conscientizar sobre a violência de gênero, promovendo uma cultura de respeito e igualdade, e desafiando estereótipos de masculinidade que podem contribuir para a violência”, afirmou.
Durante a palestra, o juiz destacou que a violência doméstica é inaceitável e que é necessário repensar comportamentos e padrões sociais e culturais. Ele também abordou a forma como a masculinidade é muitas vezes associada à agressividade e ao controle, o que pode contribuir para ciclos de violência. “A masculinidade não precisa ser sinônimo de agressividade ou controle. Todos têm o direito de viver em um ambiente seguro e respeitoso”, ressaltou.
Os estudantes participaram ativamente do encontro, refletindo sobre questões como igualdade de gênero e o papel de cada um na construção de uma sociedade mais justa. O magistrado enfatizou o impacto desse tipo de iniciativa na formação das novas gerações. “Esse trabalho pode ajudar na mudança da mentalidade sobre o tema das novas gerações, pois educa e sensibiliza os jovens sobre a importância da igualdade de gênero, da prevenção da violência doméstica e da construção de uma masculinidade saudável e respeitosa, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária”, disse.
O estudante Murilo Lopes, de 15 anos, ressaltou a importância da palestra e destacou que há situações em que alguns homens assumem posturas machistas que devem ser combatidas.
Para a estudante Maria Vitória de Jesus, de 16 anos, a palestra foi educativa por abordar os direitos das mulheres, bem como a importância do tratamento igualitário entre pessoas de gêneros diferentes.
A estudante Júlia, de 16 anos, lembrou um ponto da palestra, quando o magistrado perguntou aos jovens se eles lavam roupa. “Nesse momento, eles puderam ter uma noção de que as mulheres têm uma dupla jornada. O fato serviu para desconstruir situações, como ‘lavar roupa é só para mulheres’. Não deveria ser assim.”, comentou.
A estudante Sara Gualter de Carvalho, de 16 anos, afirmou que a palestra “mostrou como funciona o patriarcado e como padrões de comportamento são impostos às mulheres. Eu defendo a posição de que devemos fazer o que quisermos, sem controle”. Ela elogiou a apresentação do magistrado pelo uso de linguagem simples e direta, com conteúdo didático. (*Com informações e fotos do TJMG)