'Autocuidado e bem-estar psíquico' foi o tema da palestra que encerrou, na noite desta quinta-feira, o ciclo de atividades de 2023 da Escola Superior da Magistratura Desembargadora Jane Silva (Emajs) e da Amagis Saúde, em evento realizado conjuntamente. O juiz do TJMG Haroldo Dutra Dias, que também é escritor e palestrante, e a psicóloga do Instituto Orizonti Renata Araújo Ribeiro conversaram com magistrados, magistradas e convidados sobre a importância do cuidado com a saúde mental.
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O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, destacou a importância da discussão sobre o tema, principalmente para magistrados e magistradas. “A carga de trabalho e a natureza das responsabilidades enfrentadas pelos juízes são imensas. Lidar diariamente com casos complexos, tomar decisões difíceis e estar constantemente exposto a situações emocionalmente desafiadoras pode impactar significativamente a saúde mental. Por isso, precisamos voltar os olhares para nós mesmos e cuidarmos não só do corpo, mas da mente. E debates como o desta noite nos levam à profunda reflexão, o primeiro passo para mudanças”, afirmou.
O vice-presidente de Saúde da Amagis, juiz Jair Francisco dos Santos, deu as boas-vindas aos presentes e aos que assistiram à palestra pelo canal da Emajs no YouTube e manifestou a alegria por poder oferecer uma oportunidade para discussão sobre os cuidados com a saúde física e mental.
O juiz Richardson Xavier Brant, diretor-executivo da Emajs, ressaltou que uma das propostas da Escola é ser um espaço aberto de reflexão e aprendizado. “Nossa Associação tem como um de seus pilares o zelo com o bem-estar dos associados e associadas, algo muito caro para todos nós. Por isso, agradeço a toda diretoria por sempre apoiar ações como essa. Esse é o início de um trabalho conjunto com o plano de saúde da Amagis em prol de uma melhor qualidade de vida”, destacou.
Preconceito
Em sua apresentação, o juiz Haroldo Dutra Dias chamou atenção para o estigma do adoecimento mental, ainda visto de forma bastante preconceituosa pela sociedade. “O cérebro ainda não é visto como parte do corpo humano. Tudo pode adoecer, menos ele. Tudo pode dar errado, menos o emocional. As nossas respostas psíquicas e nossas dificuldades não são bem-vistas. Esse preconceito tem um impacto muito grande na prevenção, ou seja, pessoas que poderiam fazer um acompanhamento psiquiátrico e psicológico não recebem qualquer tipo de incentivo e, quando precisam de algum tipo de intervenção, é porque a situação transbordou”, afirmou.
Para Haroldo Dutra Dias, o cuidado com a saúde mental ainda está longe de receber a atenção devida. “Não fomos educados para o psíquico, mas é ele que pode fazer a nossa vida desmoronar”, alertou.
Qualidade de vida
A psicóloga do Instituto Orizonti Renata Araujo Ribeiro falou sobre o conceito de qualidade de vida, que, segundo ela, não é o mesmo para todos os indivíduos. Portanto, é tão importante buscar o autoconhecimento e descobrir o que faz sentido na vida de cada um de nós. “Temos que entender nossos sentimentos, saber nomeá-los, perceber o que nos deixa angustiados, ansiosos e depressivos. Só a partir disso conseguiremos identificar aquilo que nos faz bem e buscar atitudes que nos tragam alegria e realizações”, disse.
A especialista falou ainda sobre a importância de trabalharmos dentro de nós a compaixão e a empatia e de buscarmos construir boas relações.