O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou nesta segunda-feira (24/8) os resultados de pesquisa sobre o impacto que as mudanças de hábito – surgidas no contexto da pandemia do novo coronavírus – tiveram na saúde mental de magistrados e servidores do Poder Judiciário. A diretora do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ (DPJ), Gabriela Moreira de Azevedo Soares, diretora do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ (DPJ), apresentou os resultados, durante o 3º Seminário de Saúde do Poder Judiciário. Veja aqui o conteúdo da pesquisa.
O levantamento reforçou o alerta – anteriormente dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) –, de que os últimos meses agravaram os casos de ansiedade e de depressão, que já estariam altos no Brasil. Dos que responderam a pesquisa, 47,8% dIZABELA eclararam se sentir mais cansados do que antes da quarentena; 42,3% tiveram piora no humor e 48% tiveram alteração na rotina do sono.
O sentimento mais citado entre magistrados e servidores foi o medo, atingindo 50% dos que responderam a pesquisa. O lavamento contou com a participação de 46.788 magistrados e servidores, que responderam ao questionário de forma voluntária, anônima e sigilosa, entre os dias 1º e 15º de julho.
Outros sentimentos frequentes verificados foram: desânimo, comum em mais de 36% dos participantes, e piora no humor, 53%. Quase 17% dos que responderam ao questionário disseram ter pensamentos negativos e 25% revelaram ter sentimentos de raiva ou melancolia. Ao mesmo tempo, também foram citados sentimentos positivos, como serenidade (14%) e otimismo (16%). Também houve quem revelasse que os últimos meses foram de afloramento da gratidão (33%), vontade de ajudar (33%) e esperança (30%).
Os dados estão à disposição de todos os cidadãos e permitem diversos recortes, como ramo de justiça, unidade da federação, entre outros* por tribunais (regionais). “O levantamento desses indicadores é de extrema relevância pois permite a utilização desses resultados na elaboração de políticas locais. Os resultados que encontramos reforçam a necessidade da conscientização de magistrados e servidores em relação a responsabilidade individual e coletiva para com a saúde e a manutenção de ambientes, processos e condições de trabalho saudáveis”, afirmou a conselheira Flávia Pessoa, que coordena o Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Magistrados e Servidores, responsável pela iniciativa de diagnosticar a saúde mental dos magistrados e servidores durante a pandemia da Covid-19.
O levantamento mostrou que praticamente todos os magistrados e servidores participantes da pesquisa tomam as medidas indicadas para prevenção do contágio, como o uso de máscaras, evitando aglomerações e fazendo assepsia das mãos. Dos que responderam, 34% residem com pessoas que exigem cuidados diários, ou idosos, ou com deficiências.
A pesquisa também revelou o grau de isolamento social das pessoas que trabalham na Justiça: 47% saem de casa, em média, uma ou duas vezes por semana; 35% raramente saem de casa; 12% três ou quatro vezes por semana e 7%, cinco ou mais vezes por semana,
Dos entrevistados, 75% estão em trabalho remoto integral e 18% em trabalho remoto predominantemente. Apenas 6% estavam predominantemente ou integralmente no trabalho presencial. A maioria dos entrevistados (95%) disseram que a maior parte de seu tempo estava sendo ocupada pelo trabalho. Confira aqui a pesquisa.
Fonte: CNJ