Uma mulher suspeita de envolvimento com um esquema de tráfico de crianças foi presa em flagrante, na tarde desta terça, no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com as investigações, Eliane Azzi, 37, intermediava a entrega de um bebê, que seria levado por uma mulher para Pernambuco.

“Nós já tínhamos informações que esse tipo de crime estaria acontecendo. Além disso, o hospital nos informou que tinha uma mãe que deu à luz a um menino em atitude suspeita, principalmente, na documentação, pois ela tinha uma aparência não compatível com a idade apresentada”, explicou o delegado responsável pelo caso, Tito Barichello, da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Betim.

Segundo ele, a mãe da criança, Janaína Carvalho, deu entrada no hospital com o nome de Selena Castiel Gualberto. Quando os policiais averiguaram o nome, constaram que ele é de uma advogada de Pernambuco. Durante depoimento, Janaína revelou que foi Eliane quem arrumou os documentos falsos para ela. Além disso, a mulher disse também que a criança sairia do hospital já com o nome de Selena, como a mãe, e que essa iria receber a criança das mãos da Eliane”, disse.

A mãe da criança também contou aos policiais que passou cerca de três meses na casa da suspeita. “Já a Eliane nos disse que conhecia a mulher como Selena, e que a acompanhou até o hospital por amizade”, completou o delegado.

Perícia. Barichello disse que pedirá a perícia do celular da suspeita de tráfico de crianças por causa das mensagens de textos encontradas no aparelho. “A Eliane trocou torpedos com outra pessoa, que ainda não sabemos quem é. Essas mensagens mostravam que ela estava preocupada com a Janaína e com medo de que ela se confundisse ao passar os dados falsos para o hospital”, salientou Barichello. Segundo ele, em outra mensagem, Eliane falava para a mãe do bebê não amamentar o filho.

No depoimento, Janaína, que já é mãe de uma criança de 2 anos, contou ao delegado que iria doar o bebê porque não tem condições de criá-lo. Ela não falou se receberia algum dinheiro pela entrega do filho. Após o flagrante, o menino foi encaminhado ao Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente. Em relação à Selena Gualberto, o delegado informou que ela também de ser indiciada, caso as investigações confirmem sua participação. “De todo modo, ela é suspeita também”, disse o delegado.

Fonte: O Tempo