O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, foi um dos conferencistas do XXVIII Fórum Estadual da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - Minas Gerais (Undime-MG), que está sendo realizado em Belo Horizonte, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação. O evento aborda o tema "A formação integral do cidadão está intrinsecamente ligada à educação. Profissional realizado, cidadão do bem!".
Nesta quarta-feira, 17/5, Luiz Carlos Rezende participou do painel "Educação inclusiva", que contou também com apresentações do defensor público de Minas Gerais e coordenador Geral da Rede de Proteção da Pessoa com Deficiência, Luiz Renato Braga Arêas Pinheiro, e do presidente da Associação Nacional para Inclusão de Pessoas Autistas, mestre e pesquisador da Unicamp e autista diagnosticado na vida adulta, Guilherme de Almeida. O painel foi mediado pela diretora Executiva da Undime-MG, professora Suely Duque Rodarte.
Em uma fala emocionada para a plateia composta por equipes técnicas da educação municipal de Minas Gerais e secretárias e secretários municipais do estado, o presidente da Amagis falou sobre o papel da educação em sua vida e a importância dos educadores que passaram por ela. Luiz Carlos compartilhou com os presentes o orgulho que sente por ser filho, neto e bisneto de professora. "As educadoras fizeram parte de toda minha vida. E estar aqui, diante desse público, é como estar próximo de quem mais amo. Por isso, sinto-me emocionado e feliz por estar de frente para aquelas e aqueles que me proporcionaram as oportunidades que me ajudaram a realizar boa parte de meus sonhos", afirmou.
O presidente da Associação, que é juiz titular da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, lembrou o início de sua carreira na Magistratura, no interior de Minas Gerais, onde teve seu primeiro contato com o sistema carcerário. "Até hoje lembro o cheiro do primeiro presídio que visitei já como juiz. Lembro das imagens que me chocaram e me fizeram questionar o que nós, enquanto sociedade, e o Estado estamos fazendo com a população privada de liberdade. Ali percebi que a prisão passou a ser a pena, e não um lugar onde se apenas vive o cumprimento da pena", relembrou.
O magistrado observou que a inclusão deve ser uma prática trabalhada em todas as esferas sociais, capaz de oferecer oportunidades de integração e reintegração efetivas àqueles que são isolados e marginalizados pelo preconceito. Segundo Luiz Carlos Rezende, promover a inclusão é um exercício de empatia e compaixão que começa quando cada um de nós reconhece que é também passível de erros. "Como juiz de execução penal e, principalmente, como cidadão, afirmo que nosso maior desafio é derrubar o estigma carregado pelas pessoas privadas de liberdade. Se estamos produzindo algo ruim, é por causa do preconceito que levamos conosco. Esse é o mal que precisamos combater, mas a solução não está em uma fórmula matemática. Está, sim, na formação de uma corrente do bem, como a que vejo acontecer aqui hoje", destacou.
Durante a apresentação, a diretora Executiva da Undime-MG, professora Suely Duque Rodarte, relembrou seu encontro com o presidente da Amagis, ocorrido em março deste ano, na inauguração da Escola Estadual Professor Hélio Gomes, que funciona na unidade da Apac Feminina de Belo Horizonte. “Foi muito emocionante ver um magistrado tão envolvido com a inclusão em todas as esferas da sociedade, como no sistema prisional feminino. São mulheres como nós, que têm mães, filhos, irmãos, e que precisam ser acolhidas com o coração em todas as suas necessidades. E foi isso que eu vi ser feito pelo juiz Luiz Carlos”, afirmou.