Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a revista Viver Brasil, do Grupo VB Comunicação, e o jornal O Tempo promoveram, na manhã desta sexta-feira, 7 de março, o evento Mulheres 25, que reuniu mulheres para debater temas atuais e o fortalecimento da presença feminina no mercado de trabalho.
Uma das palestrantes, a presidente da Amagis, juíza Rosimere Couto, foi muito aplaudida ao compartilhar sua trajetória desde sua origem até a eleição para presidência da Associação. Magistrada desde 1997, Rosimere destacou desafios enfrentados pelas mulheres no ambiente profissional, independentemente da área de atuação.
A magistrada ressaltou que a mulher enfrenta preconceitos diversos, seja por tentar conciliar trabalho e maternidade ou por não se encaixar em padrões sociais tradicionais. “Não sou casada e não tenho filhos. Isso não torna meu trabalho mais fácil ou mais difícil. Enfrentamos preconceitos tanto pelo fato de não podermos conciliar a maternidade com a profissão quanto por não termos filhos ou marido e ainda assim sermos julgadas”, afirmou.
Ao apresentar dados da participação feminina na Magistratura, Rosimere falou sobre a juíza Raphaela Alves Costa e a desembargadora Branca Margarida Pereira Rennó, mulheres que abriram caminho para as magistradas mineiras, e destacou a importância do papel da mulher nos aspectos social e econômico do País. “A mulher promove a igualdade de gênero e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. No entanto, enfrentamos discriminação de gênero em diversas formas, como oportunidades limitadas de promoção, disparidades salariais e falta de reconhecimento pelo trabalho”, disse.
A presidente da Amagis apresentou dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça em 2024 mostrando que as juízas correspondem a 39% do total de magistrados do País, as desembargadoras representam 23,9% e as ministras, 18,8%. Em Minas Gerais, as magistradas que atuam na primeira instância correspondem a 35,5% e no segundo grau são 20,9%.
Rosimere destacou as iniciativas da Amagis em prol das mulheres na Magistratura, como a criação da Coordenadoria Amagis Mulheres, em 2022, na gestão do juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, Ela também ressaltou a instituição, pelo TJMG, do Programa de Apoio à Magistrada Gestante e Lactante, a publicação da portaria que determina a participação equânime de homens e mulheres em comitês, comissões e colegiados de livre indicação no Tribunal, e a histórica sessão do Órgão Especial, realizada em setembro de 2024, que formou uma lista exclusivamente feminina para provimento de vaga de desembargadora.
Eleição histórica
Primeira mulher eleita presidente da Amagis, Rosimere obteve a maior votação da história da entidade em seus 69 anos. “A Magistratura, assim como outras áreas, está rompendo barreiras e reconhecendo cada vez mais o poder feminino. Precisamos ser valorizadas por nossa capacidade, conhecimento e dedicação, independentemente do gênero”, defendeu.
O evento também contou com palestras da influenciadora e especialista em Psicologia Positiva, Alessandra Mattar, que falou sobre sucesso e felicidade; da vice-presidente da Fecomércio e CEO da Ximenes Netimóveis, Cassia Ximenes, que abordou o empoderamento feminino no País; da vice-prefeita de Nova Lima e vice-presidente da Federaminas Mulher, Cissa Caroline, que falou sobre espaços públicos e a mulher na política; e a secretária-adjunta de Comunicação do Governo de Minas, Bárbara Botega, que falou sobre sua trajetória profissional, o papel da mulher na área pública e na privada e os desafios que ela enfrenta.
Ao final das apresentações, Maria Inês Narciso de Oliveira, esposa de Paulo César de Oliveira, agradeceu a todas as participantes e fez um reconhecimento especial à juíza Rosimere Couto, destacando a inspiração que sua palestra proporcionou ao público presente.